Pular para o conteúdo principal

Homenagem póstuma à Ary Florenzano.


Ajude-nos a contar a história de Carmo da Cachoeira. Aproveite o espaço "comentários" para relatar algo sobre esta foto, histórias, fatos e curiosidades. Assim como casos, fatos e dados históricos referentes a nossa cidade e região.

Próxima imagem: Carmo da Cachoeira é solidariedade: sempre.
Imagem anterior: 24º Anuário Eclesiástico - Diocese da Campanha

Comentários

Anônimo disse…
Recebemos parte de um documento muito antigo e cujos nomes pertenceram a sociedade cachoeirense. A parte que sobra o referido documento é a que contém uma listagem de aproximadamente 50 itens. O nome das pessoas estão legíveis, no entanto, muitos dados de conteúdo não. Eis o teor:

Lista dos bens pertencentes a SILVANA MARIA EUPHRASIA (Eufrasina) que foram (ilegível) de Silvério Alves Chaves. Cito apenas o que está inteiramente legível. São eles:
l cavalo castanho que lhe foi dado por JOÃO NARCIZO COELHO
l tacho de cobre
p peça de bronze e outra de metal de fazer (ilegível)
l caixilho de ouro
l cruz e muitas outras peças todas de ouro (ilegível)
6 lençóis de seda
2 cobertores
muitos outros itens. Parece que são ferramentas, enxovais de casa, utensílios domésticos.
Anônimo disse…
Termo de Bem Viver que assigna Joaquim Venâncio (por alcunha Crecencio).

Anno do Nascimento de Nosso Senhor Jesus Christo de mil oitocentos e oitenta e nove, aos quatro dias do mez de março do dito anno, em uma sala de audiências do subdelegado de polícia, nesta Freguesia do Carmo da Cachoeira, Município de Varginha, Comarca de Três Pontas e província de Minas Gerais - ahi presente, o Subdelegado de Polícia, Capitão João Baptista da Fonseca, commigo escrivão de seu cargo abaixo assignado e o inspector do quarteirão JOAQUIM JOSÉ LIMA(?) - este declarou que trazia preso, Joaquim Venâncio (vulgo Crecencio). (ilegível). Enterrogado o mesmo Crescencio respondeu que é verdade que perturbava a ordem, alego mas que tinha fundamentos e estes baseados - que são em richas havidas entre elle e alguns desafectos de classe deshordeira que o desabonavão chamando o ao seu gremio - e que, em virtude da ordem do subdelegado de polícia sujeitava-se, não só a assignar este termo de BEM VIVER sob a multa de trinta mil réis ou CADEIA, se a quebrar e a bem servir o seu patrão André Fernandes dos Reis. Por verdade mandou o subdelegado lavrar o presente termo que assigna, à rogo de Joaquim Venâncio, André Fernandes dos Reis. O subdelegado e testemunhas. Eu, JOAQUIM CANDIDO DE ABREU, escrivão o escrevi e assignei. O documento contêm as seguintes assinaturas: João Baptista da Fonseca
André Fernandes dos Reis
Testemunhas: Jeronymo Antonio da Silva
João Jorge da Silva

No canto esquerdo e rodapé. Na linha 21 leia-se: trinta dias de cadeia. Assina o escrivão, Abreu.
Anônimo disse…
Transcrição de documento realizada por Edriana Aparecida Nolasco por solicitação do Projeto Partilha.

Tipo de documento - Sesmaria.
Ano - 1777 Caixa - 18
Sesmeiro - Tenentes Luiz Gomes Salgado
Embargantes - Pedro da Silva e Martinho da Silva.
Local - São João del Rei.

Fl. 01
AUTO DE MEDIÇÃO DE SESMARIA

Fl.04 -
PROCURAÇÃO
Procurador nomeado - Manoel Mathias
Data - 23 de dezembro de 1777.
Local - Freguesia de Santa Ana das Lavras do Funil no sítio chamado Campo Alegre do INGAÍ (Angahy) em casas de morada de MANOEL MARTINS.
Que fazem - Pedro da Silva e Martinho da Silva (...)

Fl.05
Diz o tenente Luiz Gomes Salgado que estando em ato de remedição de uma sesmaria que lhe pertence por sessão que lhe havia feito seu irmão, o falecido Reverendo João Gomes Salgado (...)

Fl. 05
AUTO DE MEDIÇÃO E DEMARCAÇÃO
Data - 06 de março de 1777
Local - Freguesia de Santa Ana das Lavras do Funil

(...) elegeu para o lugar de Pião por conjecturamente o antigo: um morro alto e de campo que verte para o RIBEIRÃO chamado DO BOM CALDO e da outra parte para o RIBEIRÃO chamado DOS COXOS e aí meteram um marco de pedra (...)

(...) seguiram o rumo do leste pelo qual mediram setenta e sete cordas que findaram da parte de lá de um RIBEIRO em que se acha situado um FRANCISCO JORGE virando um campo e ao pé de uma ribanceira alta junto a um mato virgem de bastante extensão onde para divisa meteram um marco de pedra (...)

PS.: mudaram o dito Pião para o dito morro de campo mais alto (...)

(...) seguiram o rumo do leste pelo qual mediram oitenta cordas que findaram em um solais de campo vertente a uma lagoa entre uma capoeira em que está situado um FRANCISCO JORGE e mato grosso (ou MATO GROSSO), e aí fincaram um marco de pedra para divisa que tiraram do lugar da ribanceira aonde primeiramente o haviam fincado (...) e confronta este rumo com terras que devem ser de Pedro e Martinho da Silva (...)

(...) seguiram o rumo norte pelo qual mediram cinquenta cordas que findaram em meio de uma varge vertente ao Rio INGAÍ (ANGHAY) frente a Serra da Bocaína e aí para divisa meteram um marco de pedra (...) e confronta este rumo com a dita serra (...)

(...) seguiram o rumo do sul pelo qual mediram cinquenta cordas que findaram no solais do campo da Varge Grande fora de uma capoeira ao pé de um caminho que vem do INGAÍ (Angahy) (parte danificada) (...) e confronta este rumo com terras do sesmeiro.

(...) seguiram o rumo oeste e por ele mediram cento e vinte cordas que findaram em o solais de um campo que verte a uma das cabeceiras do RIBEIRÃO chamado o BOM CALDO ao pé da estrada que vem do ARRAIAL DAS LAVRAS e vai ter a CAMPANHA e aí para divisa meteram um marco de pedra (...) e confronta este rumo com casa do sesmeiro e de JOSÉ BERNARDES DE MORAIS.
*o sesmeiro tomou posse em 06 de março de 1777.

Mais lidas no site

Tabela Cronológica 10 - Carmo da Cachoeira

Tabela 10 - de 1800 até o Reino Unido - 1815 - Elevação do Brasil a Reino Unido de Portugal, Brasil e Algarves - 1815 ü 30/Jan – capitão Manuel de Jesus Pereira foi nomeado comandante da Cia. de Ordenanças da ermida de Campo Lindo; e ü instalada a vila de Jacuí . 1816 1816-1826 – Reinado de Dom João VI – após a Independência em 1822, D. João VI assumiu a qualidade e dignidade de imperador titular do Brasil de jure , abdicando simultaneamente dessa coroa para seu filho Dom Pedro I . ü Miguel Antônio Rates disse que pretendia se mudar para a paragem do Mandu . 1817 17/Dez – Antônio Dias de Gouveia deixou viúva Ana Teresa de Jesus . A família foi convocada por peritos para a divisão dos bens, feita e assinada na paragem da Ponte Falsa . 1818 ü Fazendeiros sul-mineiros requereram a licença para implementação da “ Estrada do Picu ”, atravessando a serra da Mantiqueira e encontrando-se com a que vinha da Província de São Paulo pelo vale do Paraíba em direção ao Rio de Janeiro, na alt...

A organização do quilombo.

O quilombo funcionava de maneira organizada, suas leis eram severas e os atos mais sérios eram julgados na Aldeia de Sant’Anna pelos religiosos. O trabalho era repartido com igualdade entre os membros do quilombo, e de acordo com as qualidades de que eram dotados, “... os habitantes eram divididos e subdivididos em classes... assim havia os excursionistas ou exploradores; os negociantes, exportadores e importadores; os caçadores e magarefes; os campeiro s ou criadores; os que cuidavam dos engenhos, o fabrico do açúcar, aguardente, azeite, farinha; e os agricultores ou trabalhadores de roça propriamente ditos...” T odos deviam obediência irrestrita a Ambrósio. O casamento era geral e obrigatório na idade apropriada. A religião era a católica e os quilombolas, “...Todas as manhãs, ao romper o dia, os quilombolas iam rezar, na igreja da frente, a de perto do portão, por que a outra, como sendo a matriz, era destinada ás grandes festas, e ninguém podia sair para o trabalho antes de cump...

A família do Pe. Manoel Francisco Maciel em Minas.

A jude-nos a contar a história de Carmo da Cachoeira. Aproveite o espaço " comentários " para relatar algo sobre esta foto, histórias, fatos e curiosidades. Assim como casos, fatos e dados históricos referentes a nossa cidade e região. Próxima imagem: Sete de Setembro em Carmo da Cachoeira em 1977. Imagem anterior: Uma antiga família de Carmo da Cachoeira.

Mais lidas nos últimos 30 dias

Natal, memória e partilha em Carmo da Cachoeira

Talvez uma das coisas de que a professora Leonor Rizzi mais gostasse em Carmo da Cachoeira fossem as festividades cristãs . Via nelas não apenas a beleza dos ritos, mas, sobretudo, o protagonismo e a visibilidade que conferiam às pessoas da comunidade, tantas vezes deixadas à margem da memória histórica e cultural. Graças à homenagem póstuma oferecida pela Câmara Municipal a Dona Leonor, por iniciativa da vereadora Maria Beatriz Reis Mendes (Bia), revisitei a cidade. Confesso que a primeira parada no “ Estação Café com Arte ”, no Bairro da Estação , indicada pela própria vereadora, teve algo de peregrinação afetiva: eu caminhava pelos espaços tentando adivinhar o que, ali, chamaria mais a atenção de Leonor. Foi então que encontrei algo que, tenho certeza, a encantaria: a confecção artesanal do frontão do palco do Auto de Natal deste ano. Naquele trabalho paciente das mãos, na madeira, na tinta e nos detalhes, reconheci o mesmo espírito que atravessava os textos que ela escreveu, n...

Carmo da Cachoeira: o centro cultural Café Estação com Arte

O Bairro da Estação que a Profª Leonor sonhou Hoje, quem chega ao bairro da Estação, em Carmo da Cachoeira , encontra um espaço acolhedor: as antigas ruínas da ferrovia se transformaram em um pequeno centro de cultura e turismo em torno do “ Estação Café com Arte ” . Onde antes havia paredes caindo e abandono, há agora um lugar vivo, que recebe visitantes, conversa com a memória e faz a paisagem respirar de outro modo. Este texto nasce justamente desse contraste: da lembrança de uma Estação em ruínas à experiência recente de rever o local totalmente recuperado, por ocasião da homenagem prestada à professora Leonor Rizzi pela Câmara Municipal , por iniciativa da vereadora cachoeirense Maria Beatriz Reis Mendes (Bia) . A impressão é imediata: poucas coisas a alegrariam tanto quanto ver esse lugar, que a marcou pela ruína, renascer como polo de cultura. Foto original recuperada por IA de Evando Pazzini Para compreender o significado disso, recorremos aos próprios textos de Leonor sobr...

Carmo da Cachoeira – de 1815 até 1821

Publicada em 15 de fevereiro de 2008 pela professora Leonor Rizzi , esta tabela acompanha um período curto em anos, mas denso em mudanças: é o momento em que o Brasil deixa de ser apenas colônia para integrar o Reino Unido de Portugal, Brasil e Algarves (1815), vê a circulação do café avançar sobre Minas, assiste à transformação de capitanias em províncias e presencia o retorno da Corte a Lisboa. Enquanto os livros de história contam esse processo em linhas gerais, aqui o movimento é visto através de lupa: nomes de fazendas, vilas recém-instaladas, estradas requisitadas, inventários, listas de moradores e decisões administrativas que moldam o sul de Minas. Talvez por isso esta tenha se tornado, ao longo dos anos, a tabela mais procurada no site, foram 66.800 acessos: nela se cruzam a visão macro da política imperial e os detalhes concretos de lugares como Campo Lindo , Ponte Falsa , Serra do Carmo da Cachoeira , Varginha ainda chamada Espírito Santo das Catanduvas . O que em manuais ...

Carmo da Cachoeira de 1800 até 1814

Carmo da Cachoeire: Leonor Rizzi e o poder do conhecimento histórico local Publicado neste site em 5 de fevereiro de 2009, o quadro intitulado “ Tabela Cronológica 9 – de 1800 até o Reino Unido ” , elaborado pela professora Leonor Rizzi , é mais do que uma sequência de datas: é um exercício de reconstrução paciente da história local a partir de vestígios dispersos. Em vez de olhar apenas para o “grande cenário” do Império português e das transformações políticas do início do século XIX, a autora acompanha, em detalhe, o que se passava na região que hoje reconhecemos como Carmo da Cachoeira : fazendas que se consolidam, capelas que se erguem, famílias que se fixam, instituições que se organizam. Esse tipo de pesquisa minuciosa, ancorada em registros paroquiais, inventários, sesmarias e documentação administrativa, devolve à comunidade algo que costuma ser monopolizado pelos manuais escolares: o direito de se reconhecer como sujeito da própria história. Ao relacionar acontecimentos lo...

Catanduba: memória oral e sesmarias

Como Leonor Rizzi registrou a paragem em comentários e documentos antigos Nos comentários deixados em postagens à época, a própria professora Leonor Rizzi recorria a perfis anônimos para registrar informações obtidas em sua pesquisa de campo com antigos moradores de Carmo da Cachoeira e de municípios vizinhos. Ela fazia isso sempre que considerava que aqueles dados ainda precisavam ser confirmados por outras fontes, usando os comentários como um espaço intermediário entre a coleta em campo e a elaboração de um texto definitivo. Dessa forma, marcava a existência da memória oral sem transformá-la, de imediato, em matéria acabada. Ao publicar esses relatos nos comentários, também tinha a intenção de torná-los acessíveis a outros pesquisadores, que poderiam encontrá-los por meio dos mecanismos de busca e, assim, aprofundar, confrontar ou conferir aquelas pistas. Entre esses registros, em fevereiro de 2008 aparecem informações sobre a antiga paragem chamada Catanduba , grafada també...

Mais Lidas nos Últimos Dias

Natal, memória e partilha em Carmo da Cachoeira

Talvez uma das coisas de que a professora Leonor Rizzi mais gostasse em Carmo da Cachoeira fossem as festividades cristãs . Via nelas não apenas a beleza dos ritos, mas, sobretudo, o protagonismo e a visibilidade que conferiam às pessoas da comunidade, tantas vezes deixadas à margem da memória histórica e cultural. Graças à homenagem póstuma oferecida pela Câmara Municipal a Dona Leonor, por iniciativa da vereadora Maria Beatriz Reis Mendes (Bia), revisitei a cidade. Confesso que a primeira parada no “ Estação Café com Arte ”, no Bairro da Estação , indicada pela própria vereadora, teve algo de peregrinação afetiva: eu caminhava pelos espaços tentando adivinhar o que, ali, chamaria mais a atenção de Leonor. Foi então que encontrei algo que, tenho certeza, a encantaria: a confecção artesanal do frontão do palco do Auto de Natal deste ano. Naquele trabalho paciente das mãos, na madeira, na tinta e nos detalhes, reconheci o mesmo espírito que atravessava os textos que ela escreveu, n...

Carmo da Cachoeira: o centro cultural Café Estação com Arte

O Bairro da Estação que a Profª Leonor sonhou Hoje, quem chega ao bairro da Estação, em Carmo da Cachoeira , encontra um espaço acolhedor: as antigas ruínas da ferrovia se transformaram em um pequeno centro de cultura e turismo em torno do “ Estação Café com Arte ” . Onde antes havia paredes caindo e abandono, há agora um lugar vivo, que recebe visitantes, conversa com a memória e faz a paisagem respirar de outro modo. Este texto nasce justamente desse contraste: da lembrança de uma Estação em ruínas à experiência recente de rever o local totalmente recuperado, por ocasião da homenagem prestada à professora Leonor Rizzi pela Câmara Municipal , por iniciativa da vereadora cachoeirense Maria Beatriz Reis Mendes (Bia) . A impressão é imediata: poucas coisas a alegrariam tanto quanto ver esse lugar, que a marcou pela ruína, renascer como polo de cultura. Foto original recuperada por IA de Evando Pazzini Para compreender o significado disso, recorremos aos próprios textos de Leonor sobr...

Carmo da Cachoeira – de 1815 até 1821

Publicada em 15 de fevereiro de 2008 pela professora Leonor Rizzi , esta tabela acompanha um período curto em anos, mas denso em mudanças: é o momento em que o Brasil deixa de ser apenas colônia para integrar o Reino Unido de Portugal, Brasil e Algarves (1815), vê a circulação do café avançar sobre Minas, assiste à transformação de capitanias em províncias e presencia o retorno da Corte a Lisboa. Enquanto os livros de história contam esse processo em linhas gerais, aqui o movimento é visto através de lupa: nomes de fazendas, vilas recém-instaladas, estradas requisitadas, inventários, listas de moradores e decisões administrativas que moldam o sul de Minas. Talvez por isso esta tenha se tornado, ao longo dos anos, a tabela mais procurada no site, foram 66.800 acessos: nela se cruzam a visão macro da política imperial e os detalhes concretos de lugares como Campo Lindo , Ponte Falsa , Serra do Carmo da Cachoeira , Varginha ainda chamada Espírito Santo das Catanduvas . O que em manuais ...