Pular para o conteúdo principal

José Antônio Diniz Junqueira, o 1º vereador.

Filho de Gabriel de Souza Diniz e de Francisca Maria da Encarnação Junqueira, José Antônio Diniz Junqueira, foi batizado em São Tomé das Letras, em 6 de novembro de 1805. Casou-se, em primeiras núpcias, com sua prima Carlota Clementina Balduína de Sant'Ana, que, segundo o genealogista e historiador Mons. José do Patrocínio Lefort, era o nome que usava oficialmente, mas Amélio Garcia de Miranda, genealogista e historiador trespontano, afirma que o nome dela era Carlota Balduína Flora Junqueira, filha de José de Souza Diniz e Catarina Luiza Ferreira de Brito. Falecendo sua esposa, casou-se, em segundas núpcias, com Maria Claudina Junqueira.


José Antônio participou da política de Lavras e foi eleito o primeiro presidente da Câmara Municipal, instalada em 14 de novembro de 1832. Quando da criação da freguesia de Nossa Senhora da Ajuda das Três Pontas, em 14 de julho de 1832, foi eleito o primeiro Juiz de Paz¹. Por ocasião da venda da fazenda da Cachoeira, que possuía em conjunto com seu irmão, Francisco Antônio Diniz Junqueira, situada e Campanha, Minas Gerais, estava residindo em Franca, São Paulo. Deixou grande descendência em Três Pontas. Faleceu em Franca, Estado de São Paulo.

Artigo de Paulo Costa Campos

Próxima matéria: O Sargento-Mor Antônio Gonçalves de Mesquita.
Matéria Anterior: O professor Dosico, prefeito de Três Pontas.

1. Almanak Sul Mineiro - 1884. Bernardo Saturnino da Veiga.
2. Genealogia Trespontana. Amélio Garcia de Miranda, inédita.

Comentários

Anônimo disse…
Algumas de nossas anotações a respeito deste assunto:

- Francisca Maria da Encarnação era irmã de João Francisco Junqueira, casado com Maria Ignácia do Espírito Santo, filha única de MANOEL FERREIRA MENDES e MARIA FRANACISCA DO ESPÍRITO SANTO - é o seu primeiro casamento. São pais de Genoveva, casada com Antonio Sancho Diniz Junqueira, filho de Gabriel de Souza Denis (Dinis/Diniz).

- João Dinis Junqueira foi casado com Maria Emerenciana de Andrade (neto de Francisco Teodoro de Mendonça, Capitão, casado com Delfina Francisca de Andrade, filha de Emerenciana e Francisco Antonio de Souza.
Anônimo disse…
GABRIEL DE SOUZA DENIS

Requereu uma sesmaria nas cabeceiras das Águas Verdes, em 16 de novembro de 1773 (SC. 206 p.62v. Arquivo Público Mineiro). Deixou grande descendência no Sul de Minas e São Paulo. Grafava-se também seu nome como Gabriel de Souza Diniz. Era casado com Francisca Maria da Encarnação Junqueira. Mudou-se para Baependi, Minas Gerais. Seu filho, José Antônio Diniz Junqueira, foi o primeiro Presidente da Câmara da Vila das Lavras do Funil, em 1831, e também o primeiro Juiz de Paz de Três Pontas, em 10 de fevereiro de 1841. Gabriel de Souza Diniz mudou-se para o Estado de São Paulo, onde deixou grande descendência.
Anônimo disse…
ANTÔNIO GONÇALVES DE MESQUITA

Natural da cidade de São João Del Rei, nascido em data ignorada, filho adotivo do alferes Francisco José de Mesquita e Hipólita Carolina de Abreu, residentes em Lavras, Minas Gerais e depois em Três Pontas. Casou-se com a trespontana Silvéria Maria Ferreira (Livro n.3, em 03-JUL-1822). Possuía a patente de Sargento-Mor. Por ocasião da elevação de Três Pontas à vila, em 1 de abril de 1841, foi eleito Presidente da Câmara e, como não havia Juiz Municipal, rubricou os livros dos Cartórios de Notas. Músico competente, fundou e dirigiu uma banda musical. Seus descendentes ocuparam cargos de destaque na comunidade e, até hoje, mantêm as tradições políticas do genearca. Foi ele que mandou construir o prédio onde funcionava sua botica (farmácia). O velho casarão abrigou também o Hotel dos Viajantes, na Rua São Pedro, 72. Este foi demolido e, no local, edificou-se o prédio que abriga o Supermercado Angolinha. Faleceu em 24 de abril de 1868, conforme inventário arquivado Fórum local (pacote 20).
Anônimo disse…
MATTOS, José Américo Junqueira de. Família Junqueira: sua história e genealogia. Rio de Janeiro: Família Junqueira, 2004. ISBN 85-98504-01-7, p.294:

2-3 Guarda-Mor José Antônio Diniz Junqueira

Foi batizado em 6 de novembro de 1805, em São Tomé, Minas Gerais (Brotero Segunda edição. 1959,p.351). Casou-se duas vezes. Seu primeiro casamento se deu por volta de 1824, em Lavras-MG (Brioschi, 1985, p.203., com sua prima, Carlota de Souza Diniz, filha de José de Souza Diniz e de Catarina Ferreira de Brito. José Antonio e Carlota de Souza tiveram 6 filhos. Uma suposta sétima filha de José Antônio, Helena, não consta em nenhuma das edições de Frederico de Barros Brotero, no entanto ela existiu e aparece entre os filhos herdeiros na divisão da Faz. Bocaina. Outro fato curioso é que nessa mesma divisão, o nome de uma das filhas do guarda-mor José Antônio, Ana Flausina, não aparece. Carlota faleceu em 19 de agosto de 1838, e foi sepultada no Adro da Matriz de São Tomé das Letras (Liv. Ób. Carraancas 1816/1874 p.120).
O guarda-mor José Antônio casou-se pela segunda vez em 15 de fevereiro de 1841, em Franca-SP, com Maria Claudina do Coração de Jesus, filha de Francisco Antonio Pires e de Maria da Conceição de Jesus (Casamentos Franca 1840/1860 p.7v). O guarda-mor José Antonio e Maria Claudina não tiveram filhos. Além dos filhos do primeiro casamento, o guarda-mor José Antônio teve uma filha, Mariana Clara Diniz, que reconheceu e legitimou (Diniz Junqueira, 1982,p.27).
José Antônio permutou algumas terras ao sul de Minas Gerais (possivelmente as terras da Faz. Santo Ignácio, que recebera pelo inventário da mãe, Maria Francisca da Encarnação) pela Faz. Palmeira, na margem esquerda do Rio do Pardo, pertencente ao seu cunhado João José de Carvalho. Não existe documentação da transação, mas podemos comprová-lo pela permanência de descendentes de José Antônio e de terceiros, que compraram as suas propriedades, nas terras da antiga Faz. Palmeiras (Diniz Junqueira, 1982, p.28.
Anônimo disse…
José Américo Junqueira de Mattos, em sua obra, p.295 diz:
O guarda-mor José Antonio Diniz Junqueira foi o primeiro Juiz de Paz do distrito de Três Pontas e, também, o presidente da primeira Câmara Municipal de Lavras, instalada em 14 de agosto de 1832 (Brotero Segunda Edição, 1959, p.351). Não há documentos que confirmem a data da vinda do guarda-mor José Antonio para São Paulo (...).
Em 1829, o guarda-mor era ainda alferes, pois no inventário de sua cunhada, Marianna Constância Diniz Junqueira, esposa do capitão-mor Francisco Antonio Diniz Junqueira, José Antonio recebe o título de alferes. O inventário é datado de 21 de junho de 1829.
Anônimo disse…
Existe um conto escrito pelo professor JAIME CORRÊA DA VEIGA, casado com uma cachoeirense e conhecido de muitos aqui. Trata-se de uma história verídica, que foi publicada com a autorização da família. Ela traça o enredo de uma descendentes da Família Junqueira de nome Helena. Fala do Barão de Alfenas, conta parte da história da aquisição da FAZENDA DO SOBRADINHO, enfim, revela uma história, até então pouco divulgada (1976), e que envolvia um belo e sublime romance ocorrido por gente ilustre, de "sangue azul", formado pelas famílias SOUZA E JUNQUEIRA. O professor Jaime denominou sua obra de O POCO DA COBRA PRETA. Lembramo-nos dela ao ouvir Dr. José Américo Américo Junqueira de Mattos dizer, "... uma suposta sétima filha de José Antônio, Helena" ..."
Anônimo disse…
Floriana Maria da Silva é chamada por Otávio J. Alvarenga, em sua obra, TERRA DOS COQUEIROS (REMINISCÊNCIA), segunda edição. Minas Gerais. 1978, p.23, por FORIANA BORGES DA SILVA, ao traçar a genealogia das Famílias Vilela e Junqueira. Diz ele, p.22: "Do casal Domingos Vilela e Maria do Espírito Santo, dentre outros, era filho José Joaquim Vilela, o terceiro e batizado em Serranos a 11-6-1759, onde se casou em 1778, com Maria Mendes de Brito (nascida em Aiuruoca). Esse casal proprietário que foi da Fazenda do "Leitão", deixou aqui entre outros o filho,
1- Joaquim Francisco Vilela, casado que foi com Ana Esméria Alves e, depois de viúvo com sua prima Genoveva Maximiana Vilela. Foi, segundo o historiador Basileu Toledo França, "um dos desbravadores do Sudoeste de Goiás."
Faleceu em 1868. Deixou dos dois matrimônios vários filhos, dentre os quais, JOSÉ FRANCISCO VILELA (primeiro desse nome), casado com sua prima Francisca Bernardina Vilela. A esses filhos legítimos de Francisco Joaquim Vilela o citado Basileu, em seu apreciado "Pioneiros", acrescenta José Manuel Vilela, aqui nascido em 18-4-1815, filho (bastardo) do referido Francisco Joaquim Vilela e de FLORIANA BORGES DA SILVA, mulata e jovem insinuante, de quem se enamorou Chico Vilela, (...) até que nascesse José Manuel Villela.

Para outros dados, Cf.:
4-1-3 FLORIANA MARIA DA SILVA (ou Borges) batizada em Coqueiral, Minas Gerais aos 02-11-1795 em PROJETO COMPARTILHAR. Estudo Domingos Borges da Silva. Aportes e Correções à Genealogia Paulistana (atualizações). Atualizado em 24-novembro-2008.

Mais lidas no site

Tabela Cronológica 10 - Carmo da Cachoeira

Tabela 10 - de 1800 até o Reino Unido - 1815 - Elevação do Brasil a Reino Unido de Portugal, Brasil e Algarves - 1815 ü 30/Jan – capitão Manuel de Jesus Pereira foi nomeado comandante da Cia. de Ordenanças da ermida de Campo Lindo; e ü instalada a vila de Jacuí . 1816 1816-1826 – Reinado de Dom João VI – após a Independência em 1822, D. João VI assumiu a qualidade e dignidade de imperador titular do Brasil de jure , abdicando simultaneamente dessa coroa para seu filho Dom Pedro I . ü Miguel Antônio Rates disse que pretendia se mudar para a paragem do Mandu . 1817 17/Dez – Antônio Dias de Gouveia deixou viúva Ana Teresa de Jesus . A família foi convocada por peritos para a divisão dos bens, feita e assinada na paragem da Ponte Falsa . 1818 ü Fazendeiros sul-mineiros requereram a licença para implementação da “ Estrada do Picu ”, atravessando a serra da Mantiqueira e encontrando-se com a que vinha da Província de São Paulo pelo vale do Paraíba em direção ao Rio de Janeiro, na alt...

A organização do quilombo.

O quilombo funcionava de maneira organizada, suas leis eram severas e os atos mais sérios eram julgados na Aldeia de Sant’Anna pelos religiosos. O trabalho era repartido com igualdade entre os membros do quilombo, e de acordo com as qualidades de que eram dotados, “... os habitantes eram divididos e subdivididos em classes... assim havia os excursionistas ou exploradores; os negociantes, exportadores e importadores; os caçadores e magarefes; os campeiro s ou criadores; os que cuidavam dos engenhos, o fabrico do açúcar, aguardente, azeite, farinha; e os agricultores ou trabalhadores de roça propriamente ditos...” T odos deviam obediência irrestrita a Ambrósio. O casamento era geral e obrigatório na idade apropriada. A religião era a católica e os quilombolas, “...Todas as manhãs, ao romper o dia, os quilombolas iam rezar, na igreja da frente, a de perto do portão, por que a outra, como sendo a matriz, era destinada ás grandes festas, e ninguém podia sair para o trabalho antes de cump...

A família do Pe. Manoel Francisco Maciel em Minas.

A jude-nos a contar a história de Carmo da Cachoeira. Aproveite o espaço " comentários " para relatar algo sobre esta foto, histórias, fatos e curiosidades. Assim como casos, fatos e dados históricos referentes a nossa cidade e região. Próxima imagem: Sete de Setembro em Carmo da Cachoeira em 1977. Imagem anterior: Uma antiga família de Carmo da Cachoeira.

Mais lidas nos últimos 30 dias

Natal, memória e partilha em Carmo da Cachoeira

Talvez uma das coisas de que a professora Leonor Rizzi mais gostasse em Carmo da Cachoeira fossem as festividades cristãs . Via nelas não apenas a beleza dos ritos, mas, sobretudo, o protagonismo e a visibilidade que conferiam às pessoas da comunidade, tantas vezes deixadas à margem da memória histórica e cultural. Graças à homenagem póstuma oferecida pela Câmara Municipal a Dona Leonor, por iniciativa da vereadora Maria Beatriz Reis Mendes (Bia), revisitei a cidade. Confesso que a primeira parada no “ Estação Café com Arte ”, no Bairro da Estação , indicada pela própria vereadora, teve algo de peregrinação afetiva: eu caminhava pelos espaços tentando adivinhar o que, ali, chamaria mais a atenção de Leonor. Foi então que encontrei algo que, tenho certeza, a encantaria: a confecção artesanal do frontão do palco do Auto de Natal deste ano. Naquele trabalho paciente das mãos, na madeira, na tinta e nos detalhes, reconheci o mesmo espírito que atravessava os textos que ela escreveu, n...

Carmo da Cachoeira: o centro cultural Café Estação com Arte

O Bairro da Estação que a Profª Leonor sonhou Hoje, quem chega ao bairro da Estação, em Carmo da Cachoeira , encontra um espaço acolhedor: as antigas ruínas da ferrovia se transformaram em um pequeno centro de cultura e turismo em torno do “ Estação Café com Arte ” . Onde antes havia paredes caindo e abandono, há agora um lugar vivo, que recebe visitantes, conversa com a memória e faz a paisagem respirar de outro modo. Este texto nasce justamente desse contraste: da lembrança de uma Estação em ruínas à experiência recente de rever o local totalmente recuperado, por ocasião da homenagem prestada à professora Leonor Rizzi pela Câmara Municipal , por iniciativa da vereadora cachoeirense Maria Beatriz Reis Mendes (Bia) . A impressão é imediata: poucas coisas a alegrariam tanto quanto ver esse lugar, que a marcou pela ruína, renascer como polo de cultura. Foto original recuperada por IA de Evando Pazzini Para compreender o significado disso, recorremos aos próprios textos de Leonor sobr...

Carmo da Cachoeira de 1800 até 1814

Carmo da Cachoeire: Leonor Rizzi e o poder do conhecimento histórico local Publicado neste site em 5 de fevereiro de 2009, o quadro intitulado “ Tabela Cronológica 9 – de 1800 até o Reino Unido ” , elaborado pela professora Leonor Rizzi , é mais do que uma sequência de datas: é um exercício de reconstrução paciente da história local a partir de vestígios dispersos. Em vez de olhar apenas para o “grande cenário” do Império português e das transformações políticas do início do século XIX, a autora acompanha, em detalhe, o que se passava na região que hoje reconhecemos como Carmo da Cachoeira : fazendas que se consolidam, capelas que se erguem, famílias que se fixam, instituições que se organizam. Esse tipo de pesquisa minuciosa, ancorada em registros paroquiais, inventários, sesmarias e documentação administrativa, devolve à comunidade algo que costuma ser monopolizado pelos manuais escolares: o direito de se reconhecer como sujeito da própria história. Ao relacionar acontecimentos lo...

Leonor Rizzi e os Selos do Sesquicentenário de Carmo da Cachoeira

  O Resgate da Memória em Milímetros: o Legado da Profª Leonor Rizzi O Selo como Documento de Resistência Histórica Os estudos de história costumam dar atenção aos grandes monumentos, às decisões políticas e às grandes crises econômicas. Porém, muitas vezes a identidade de um povo se apoia em coisas pequenas: objetos do dia a dia e iniciativas que, à primeira vista, parecem simples, mas guardam muito significado. Em 15 de janeiro de 2008, Carmo da Cachoeira , no sul de Minas Gerais, viveu um desses momentos discretos e importantes. Naquela data, a professora Leonor Rizzi , referência na preservação da memória do município e na proteção animal, pediu à Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos (ECT) a criação de uma série de selos personalizados. Esse gesto não foi apenas uma formalidade ou uma comemoração comum. Ao encomendar quatro modelos diferentes de selos para marcar o sesquicentenário da Instituição Canônica da Paróquia Nossa Senhora do Carmo, a professora Leonor encontrou ...

Carmo da Cachoeira – de 1815 até 1821

Publicada em 15 de fevereiro de 2008 pela professora Leonor Rizzi , esta tabela acompanha um período curto em anos, mas denso em mudanças: é o momento em que o Brasil deixa de ser apenas colônia para integrar o Reino Unido de Portugal, Brasil e Algarves (1815), vê a circulação do café avançar sobre Minas, assiste à transformação de capitanias em províncias e presencia o retorno da Corte a Lisboa. Enquanto os livros de história contam esse processo em linhas gerais, aqui o movimento é visto através de lupa: nomes de fazendas, vilas recém-instaladas, estradas requisitadas, inventários, listas de moradores e decisões administrativas que moldam o sul de Minas. Talvez por isso esta tenha se tornado, ao longo dos anos, a tabela mais procurada no site, foram 66.800 acessos: nela se cruzam a visão macro da política imperial e os detalhes concretos de lugares como Campo Lindo , Ponte Falsa , Serra do Carmo da Cachoeira , Varginha ainda chamada Espírito Santo das Catanduvas . O que em manuais ...

Mais Lidas nos Últimos Dias

Natal, memória e partilha em Carmo da Cachoeira

Talvez uma das coisas de que a professora Leonor Rizzi mais gostasse em Carmo da Cachoeira fossem as festividades cristãs . Via nelas não apenas a beleza dos ritos, mas, sobretudo, o protagonismo e a visibilidade que conferiam às pessoas da comunidade, tantas vezes deixadas à margem da memória histórica e cultural. Graças à homenagem póstuma oferecida pela Câmara Municipal a Dona Leonor, por iniciativa da vereadora Maria Beatriz Reis Mendes (Bia), revisitei a cidade. Confesso que a primeira parada no “ Estação Café com Arte ”, no Bairro da Estação , indicada pela própria vereadora, teve algo de peregrinação afetiva: eu caminhava pelos espaços tentando adivinhar o que, ali, chamaria mais a atenção de Leonor. Foi então que encontrei algo que, tenho certeza, a encantaria: a confecção artesanal do frontão do palco do Auto de Natal deste ano. Naquele trabalho paciente das mãos, na madeira, na tinta e nos detalhes, reconheci o mesmo espírito que atravessava os textos que ela escreveu, n...

Carmo da Cachoeira: o centro cultural Café Estação com Arte

O Bairro da Estação que a Profª Leonor sonhou Hoje, quem chega ao bairro da Estação, em Carmo da Cachoeira , encontra um espaço acolhedor: as antigas ruínas da ferrovia se transformaram em um pequeno centro de cultura e turismo em torno do “ Estação Café com Arte ” . Onde antes havia paredes caindo e abandono, há agora um lugar vivo, que recebe visitantes, conversa com a memória e faz a paisagem respirar de outro modo. Este texto nasce justamente desse contraste: da lembrança de uma Estação em ruínas à experiência recente de rever o local totalmente recuperado, por ocasião da homenagem prestada à professora Leonor Rizzi pela Câmara Municipal , por iniciativa da vereadora cachoeirense Maria Beatriz Reis Mendes (Bia) . A impressão é imediata: poucas coisas a alegrariam tanto quanto ver esse lugar, que a marcou pela ruína, renascer como polo de cultura. Foto original recuperada por IA de Evando Pazzini Para compreender o significado disso, recorremos aos próprios textos de Leonor sobr...

Carmo da Cachoeira de 1800 até 1814

Carmo da Cachoeire: Leonor Rizzi e o poder do conhecimento histórico local Publicado neste site em 5 de fevereiro de 2009, o quadro intitulado “ Tabela Cronológica 9 – de 1800 até o Reino Unido ” , elaborado pela professora Leonor Rizzi , é mais do que uma sequência de datas: é um exercício de reconstrução paciente da história local a partir de vestígios dispersos. Em vez de olhar apenas para o “grande cenário” do Império português e das transformações políticas do início do século XIX, a autora acompanha, em detalhe, o que se passava na região que hoje reconhecemos como Carmo da Cachoeira : fazendas que se consolidam, capelas que se erguem, famílias que se fixam, instituições que se organizam. Esse tipo de pesquisa minuciosa, ancorada em registros paroquiais, inventários, sesmarias e documentação administrativa, devolve à comunidade algo que costuma ser monopolizado pelos manuais escolares: o direito de se reconhecer como sujeito da própria história. Ao relacionar acontecimentos lo...