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Breve história de Pontalete, Minas Gerais.

Pontalete, é um distrito de Três Pontas, situado às margens da Represa de Furnas, na confluência dos Rios Sapucaí e Verde, a leste da cidade.

O povoado recebeu este nome por motivo da conformação dos braços daqueles rios, em forma de pequeno pontal ou pontaleta. Integrava o território do distrito de Nossa Senhora do Rosário de Martinho Campos (antes Quilombo), criado em 6 de setembro de 1882. Em 16 de setembro de 1918, a sede do distrito foi transferida para Pontalete, mas conservou o antigo nome.

A partir de 7 de setembro de 1923, pela lei n.843, o distrito passou a se chamar Pontalete, perdendo o nome anterior. A mudança ocorreu em virtude do grande desenvolvimento do povoado, motivado pela construção de uma estação ferroviária da Estrada de Ferro Muzambinho, que ligava Três Corações, Minas Gerais a Tuiuti, hoje Juréia, Minas Gerais. Um ancoradouro foi instalado nas margens do Rio Sapucaí, servindo aos fazendeiros e comerciantes próximos ao povoado, mas também às vizinhas cidades de Elói Mendes e Paraguaçu. Construiu-se uma ponte, em 1930, ligando o povoado àqueles municípios, mas uma grande cheia dos rios a destruiu. Na gestão do prefeito Azarias de Azevedo, inicio-se a construção de duas pontes de concretos, uma sobre o Rio Verde e outra sobre Rio Sapucaí, interligando o povoado, e os municípios de Elói Mendes e Paraguaçu. Com a construção da Represa de Furnas, parte do povoado e as pontes ficaram submersos, prejudicando bastante o distrito. Atualmente, existe uma balsa que possibilita a travessia desde o povoado até a margem esquerda do Lago de Furnas, permitindo a interligação, por estradas de terra, a Elói Mendes e Paraguaçu.

Pontalete tem um grande potencial turístico, mas ainda não aproveitado infelizmente.


Comentários

Anônimo disse…
ANTONIO JOSÉ DA SILVA

Natural de Itabira do Mato Dentro, atual Itabira, Minas Gerais. Filho de Caetano José da Silva e de Ana Maria de Carvalho, casado com Maria de Almeida. Requereu uma sesmaria no caminho do Campo Grande, na picada de Goiás, em 22 de maio de 1759 (SC.125, p.17, APM). Foi o primeiro guarda-mor do Arraial da Capela Nossa Senhora da Ajuda das Três Pontas, nomeado por provisão de 13 de julho de 1785. A guardamoria foi desmembrada de Santana das Lavras do Funil. Era irmão de Francisco José da Silv, morador no Arraial de Nossa Senhora da Ajuda de Três Pontas e sesmeiro no Ribeirão das Três Pontas (SC. 206,p.93v, em 7 de setembro de 1776. APM). O inventário do guarda-mor está arquivado no Cartório do Partidor, Contador, desta Comarca (pacota n.1). O inventário foi iniciado em 1817 e só foi encerrado em 1839, em decorrência de pendências judiciais entre os herdeiros.
Anônimo disse…
A Barra do Sapucaí - hoje São José da Barra, distrito de Alpinópolis é estudado pelo Dr. Tarcísio José Martins na p.514 da obra QUILOMBO DO CAMPO GRANDE - História de Minas que se devolve ao Povo. 2008. Santa Clara Editora Produção de Livros Ltda. ISBN978-85-87042-76-7
www.mfquilombo.com.br
http://tjmar.sites.uol.com.br

QUILOMBO OURO FALA - DESPOVOADO

Era um local situado na passagem utilizada pelos paulistas que se desviavam da estrada São Paulo-Goiás buscando a Vila de Pitangui, povoado por Batista Maciel Aranha e Francisco Bueno da Fonseca desde 1720-1730. Em 15 de setembro de 1764, passaria por aí a expedição do governador Luiz Diogo com cargas e bestas, vinda do Quilombo (Formiga), Capetinga (Pimenta) e Piumhi (verbete n.6796 do IMAR/MG, Cx.85, Doc.34 do Arquivo Histórico Ultramarino)rumo a Alpinópolis sem passar na região da atual Guapé.
Quanto a Guapé, o mapa do Campo Grande exibe o seguinte cenário: saindo da garganta da serra das Esperanças, o rio Grande deriva todo à direita e depois, todo à esquerda, formando uma curva quebrada em "A", tendo, a leste, a secção em gancho da serra das Esperanças (O mapa do Campo Grande mostra esta serra seccionada pelo rio Grande, tendo, de um lado o atual município de Formiga e, do outro, as divisas de Ilicínia-Boa Esperança e Guapé-Cristais), e a oeste, a barra do Sapucaí, margem direita, que está situado o quilombo, cujo balão indicador recebeu a inscrição "Quilombo o Fala Despovoado".
Ao final de 1759, reuniram-se nesse local as tropas de Bartolomeu Bueno, vindas do Piu-i, com as de Diogo Bueno da Fonseca, de José Luiz Cardoso e Manoel Francisco Xavier Bueno (tem seu nome citado na ata da 13 de novembro de 1760 da Guardamoria de Carrancas, como um dos que atacou o Quilombo do Cascalho) para, juntos, atacarem os demais quilombos do Sapucaí. Bartolomeu Bueno deve ter atravessado o rio Grande antes da barra do Sapucaí, onde havia várias itaipavas, pedras arrasando o rio de margem a margem.
O nome dado ao quilombo, "O Fala" é parecido com o do vilarejo chamado "Ouro Fala" (Corografia Histórica da Província de Minas Gerais - 1837, v.1, p.142; verbete n.1 5287 do IMAR/MG, Cx64. Doc84) que, então se localizava entre os atuais municípios de Careaçu e São Gonçalo do Sapucaí (Mapa de Friedrich Wagner, de 1836), distrito deste último, bem longe, como se vê, de Guapé, aliás, Agoapé, como se escrevia.
A 28 de agosto de 1759, o padre João Correia de Melo, capelão presente na tropa de Bartolomeu Bueno do Prado e vigário da Vara dos novos Descobertos do Campo Grande e suas conquistas, tomaria posse para o Bispado de Mariana "das terras do rio Grande, do Agoapé até a barra do Sapucaí e daí para diante correndo rumo do sul pela conquista dentro de Batista Maciel e Pedro Franco até o Quilombo Velho (Archidiocese de Mariana - Subsídios para sua História, v.1, cônego Raimundo Trindade, 1928, p.111-112). Portanto, o nome "O Fala" deve ter sido mera criação do autor do mapa do Campo Grande.
A petição do neto de Bartolomeu Bueno em 1800 não menciona os topônimos acima. Menciona, porém, o topônimo Desemboque que, a considerar as conceituações e significações elucidadas pelos colegas de Ibiraci, poderia - aqui - se referir à região de Guapé, em que pese a existência de cerca de 10 corredeiras ou itaipavas e gargantas entre esta cidade e a barra do Sapucaí, como mostra a carta Guapé, IBGE, 1:100.000 do ano de 1959.

Localização do Quilombo "O Fala"

Este quilombo, sem dúvida, se localizava dentro dos limites do atual município de Guapé. A cidade antiga foi inundada pela Usina de Furnas, estando hoje noutro lugar, pegado ao interior.
Assim, o Quilombo do Agoapé, caso fosse o vilarejo que deu origem à cidade, estaria hoje inundado. Porém, os quilombos eram construídos em lugares de maior altitude. Sugerimos a hipótese de que poderia ter-se situado dentro do triângulo cujos vórtices seriam a ponte dos Lemos (noroeste), descendo pelo morro do Cruzeiro até a serra Córrego Bonito ou Macacos (sul) e subindo até a zona urbana da cidade de Guapé (nordeste).
Como se vê, esse quilombo não foi atacado em 1759. Deve ter sido um daqueles atacados em 1746 e, estando a renascer, pode ter sido atacado juntamente com as "relíquias" do Ambrósio, somente pela tropa de Diogo Bueno que, de Lavras, ali chegou de canoas em dezembro de 1758 ou janeiro de 1759.

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A família do Pe. Manoel Francisco Maciel em Minas.

A jude-nos a contar a história de Carmo da Cachoeira. Aproveite o espaço " comentários " para relatar algo sobre esta foto, histórias, fatos e curiosidades. Assim como casos, fatos e dados históricos referentes a nossa cidade e região. Próxima imagem: Sete de Setembro em Carmo da Cachoeira em 1977. Imagem anterior: Uma antiga família de Carmo da Cachoeira.

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