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Carmo da Cachoeira, sua história e seu povo.

O Almanak Sul Mineiro do ano de 1884, elaborado pelo jornalista Bernardo Saturnino da Veiga da cidade de Campanha, conta-nos sobre o passado da Freguesia do Carmo da Cachoeira, Minas Gerais. Diz ele:

Freguesia do Carmo da Cachoeira
Município de Espírito Santo de Varginha e Comarca de Três Pontas

O artigo primeiro da Lei provincial n.805 de 03 de julho de 1857 creou esta freguesia, de que é padroeira Nossa Senhora do Carmo, que tem patrimonio, uma Igreja Matriz e duas pequenas capelas, a do Pretório¹ e a de Santo Antonio. Aquela é, também sob orago - Santo Antonio, no entanto, é a do povoado da Estação do Couro do Cervo, e ainda não e constava do patrimônio tendo esta última sido construída há poucos annos pelo importante fazendeiro Antonio dos Reis Silva, que para esse fim teve pequeno auxilio de algumas pessoas do lugar.

A matriz, descente e elegantemente reconstruída, deve os reparos notáveis que recebeu à dedicação e iniciativa do prestante cidadão Severino Ribeiro de Rezende, que promoveu uma subscripção para aquelle fim, reunindo quantia superior a 14.000$000. A freguesia que pertence à Comarca Eclesiástica de Dôres, a 9 léguas de distância, - conta presentemente 100 casas, entre as quais se encontra algumas para alugar pelo preço de 2$000 a 20$000, mensaes, e possui em bom estado um cemitério fechado. Há abastecimento d'água à população de modo regular, graças a sua subcripção promovida pelos dignos cidadãos Antonio Severiano de Gouveia, João Alves de Gouvêa, João Esteves dos Reis e Severino Ribeiro de Resende, e outros, que com resultado colhido construiram um rego, que pode levar a todas as casas a água, expontaneamente cedida pelo prestimoso fazendeiro José Esteves dos Reis.

Funcionam no lugar duas salas públicas para ambos os sexos; em uma dellas, que é mixta, a frequência é de 40 alunos, na outra, exclusivamente para o sexo masculino, há 20. Existe mais uma sala particular para meninos, e sob a distinta direcção do Rvmo Vigário Padre Antônio Joaquim da Fonseca, funciona um collegio, que conta cêrca de 30 alunos, e no qual são ensinados todos os preparatórios exigidos para a matrícula nos cursos superiores.

A povoação possue uma Banda de Música regular e 2 pianos.

Entre os homens de merecimento que a freguezia tem perdido nestes últimos annos, conta-se o coronel José Fernandes Avelino, membro influente do Partido Conservador, fazendeiro importante, que deixou de viver em julho de 1878.

A freguezia, que só tem recebido dos cofres públicos a quantia de 2.000$ para auxilio das obras da Matriz, tem de norte a sul 6 léguas de extenção e de este a oeste 5/2 léguas, sendo os seus terrenos na maior parte montanhosos, de campos e sujeitos a geada, não há falta de madeiras de lei, e vende-se a 36$ a dúzia de taboas de cedro e a 16$ e 20$ de pinho. O alqueire de matta custa 80$ e 100$, e de campo 60$ a 80$000. A canna tem sido, como os cereaes e fumo, a cultura mais usada no Carmo da Cachoeira. O desenvolvimento, porém, que vai tendo a plantação de café, que já é calculada em cêrca de 400.000 pés, autoriza a crer que dentro em pouco será essa a primeira cultura da freguezia, onde também se planta o algodão, que chega para o consumo local. Está muito desenvolvida a criação de gados e de porcos, calculando-se a exportação annual para o côrte em 10.000 arroubas de toucinho e de 5 a 6.000 rezes.

Na fazenda do senhor José Esteves dos Reis já é aplicado o arado com muita vantagem nas terras de lavoura, e em breve o mesmo se vai dar nas terras do fazendeiro João Alves de Gouveia. Há na freguesia, cuja população é de 3.000 almas aproximadamente, uma florescente fábrica de vinho nacional, pertencente ao Reverendo Pe. Joaquim Antonio de Rezende, julgando-se de excelente qualidade que já é fabricado em quantidade excedente de 6 pipas. São fabricados queijos de superior qualidade e em larga escala, que são exportados para a côrte, cuja exportação anual é de cêrca de 40.000$, pagando-se 1$800 por arroba de transporte de cargas da côrte, desde a Estação de Bôa Vista. Mata-se uma rez por semana, sendo de 4$ por arroba o preço da carne com osso e 6$ sem osso. Um carneiro custa 4$ e 6$, um frango 240 a 320, ovos 160 a dúzia, leite 80 réis a garrafa, sal a 4$ e 5$ o sacco, açucar a 4$ a 6$ a arroba, carro de lenha a 3$500, carro de pedra a 2$500. Um carpinteiro ganha por dia de 2$ a 3$000. Um trabalhador de roça 600 a 800 réis.

O correio que da Campanha vai a Lavras, de 6 em 6 dias, passa no lugar.

A E. da povoação, e a 7 léguas, está São Thomé das Lettras,, passando-se a 5 léguas o Ribeirão Vermelho; a S. E. e a 5 léguas, Três Corações do Rio Verde, passando-se a 4 léguas do Rio do Peixe; ao S. e a 4 léguas fica Varginha, passando a 21/2 léguas o Ribeirão da Cava, e a 6 léguas Três Pontas; passando-se a légua e quarto, o Ribeirão do Bom Sucesso; a N. O. e a 7 léguas, Sant´Anna da Vargem, passando-se a légua e quarto o Bom Sucesso e a 3 léguas o Ribeirão da Prata; ao N. e a 7 léguas Espírito Santo dos Coqueiros, passando-se os mesmos ribeirões; a N. E., e a 4 léguas e meia, São João Nepomuceno, passando-se o Ribeirão São João, a 2 léguas e meia. A N.E. e a 7 léguas e meia, Lavras. Passando o Rio do Cervo a 3léguas e meia a Serra da Bocaina. Do Carmo da Cachoeira a Campanha 9 léguas; a Ouro Preto, 46, e a Côrte, 70. A E. existe uma Capella filial ao Carmo e consagrada a São Bento. A Capella está isolada, e cercam-na importantes fazendeiros. A meia légua, além e na mesma direção está o bairro - denominado "Tira Couro", com cerca de 30 casas. Ao O., e a um quarto de légua, está o povoado do Córrego de Cima, com 22 casas, a a 21 léguas e meia, o bairro Ribeirão da Cava, com 20 casas. A freguesia do Carmo da Cachoeira pertence ao 13 distrito eleitoral.

(mapa hidrográfico da sede do município - senha: gapa)

Municipalidade
João Batista da Fonseca
Fiscal Distrital

Justiça
Custódio Villela Palmeira, primeiro Juiz e Paz;
José Villela de Rezende, segundo dito;
Severino Ribeiro de Rezende, terceiro dito;
Joaquim Fernandes dos Reis, quarto dito e
Modesto José Pereira, Escrivão de Paz.

Polícia
Manoel dos Reis Silva, Subdelegado;
Modesto José Pereira, escrivão.


Correio
João Nestley, Agente.

Instrução Pública
Augusto de Azevedo Costa, professor
Maria Blandina das Dôres, professora.

Instrução Particular
Corina Eulália de Oliveira, professora;
Maria Amélia Fonseca, professora.

Colégio de São Thomaz de Aquino:
Antonio Joaquim da Fonseca, Vigário e Diretor
Manoel Malaquias de Lana, Vice-diretor;
João Thomaz de Aquino Villela, professor.

Matriz
Antonio Joaquim da Fonseca, Padre e Vigário;
Joaquim Antonio de Rezende, Padre;
Eugênio Benedito da Silva, sacristão;
Antonio Dias Pereira de Oliveira, fabriqueiro.


Eleitores
Ten. cor. José Fernandes Avelino
Antonio Dias Pereira de Oliveira
Domingos José Pinto
João Antonio Naves
Casimiro Gonçalves Pimentel
Joaquim Pedro de Rezende
João Alves de Gouvêia

Ditos - Especiais
Joaquim de Resende Branquinho
José Vilela de Rezende
Teodora Antonio Naves
Antonio Severiano de Gouvêia
João Vilela Fialho
José Celestino Terra
Severino Ribeiro de Rezende.

Projeto Partilha - Leonor Rizzi

Próxima matéria: Os "De Souza Lima" pedem fotos e dados.
Artigo Anterior: Dos patronos até o reconhecimento régio.

1. Qem quiser conhecê-la, é só visitar a Sala Pe. Zequinha, dentro da Igreja Matriz. Lá um quadro, óleo sobre tela denominado, Capela Senhor dos Passos.

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A jude-nos a contar a história de Carmo da Cachoeira. Aproveite o espaço " comentários " para relatar algo sobre esta foto, histórias, fatos e curiosidades. Assim como casos, fatos e dados históricos referentes a nossa cidade e região. Próxima imagem: Sete de Setembro em Carmo da Cachoeira em 1977. Imagem anterior: Uma antiga família de Carmo da Cachoeira.

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