Pular para o conteúdo principal

Cachoeirenses de fé em uma procissão - foto antiga


Ajude-nos a contar a história de Carmo da Cachoeira. Aproveite o espaço "comentários" para relatar algo sobre esta foto, histórias, fatos e curiosidades. Assim como casos, fatos e dados históricos referentes a nossa cidade e região.

Comentários

Anônimo disse…
Sim, Cachoeirenses de FÉ. Uma fé, aí representada na foto sob a forma
de um encontro grupal, atendendo do legado deixado por JESUS CRISTO: "Onde dois ou três estiverem reunidos em meu nome, eu estarei no meio deles" (Cf Mt 18,20). Uma manifestação de encontro com o Ser Supremo e Imaterial na matéria. Nesta foto aparecem cristãos paramentados com os símbolos de sua ligação e fé, representados na ocasião pela chamada "FITA MARIANA", pela vela e pelo folheto com "A PALAVRA" (Cf. JO 1:1 e JO 1:14). Cachoeirenses entendem que o que os UNE é mais forte do que AQUILO QUE OS SEPARA. Cristãos católicos se unem ao CRISTO RESSUSCITADO e aí se fortalecem. O encontro reflete, por exemplo, nesta manifestação coletiva o entendimento do legado de Cristo e registrado por Mateus, nas Sagradas Escrituras. Assim, fiéis se reúnem no serviço litúrgico e são conhecedores de suas obrigações, adquiridas através do SACRAMENTO DO BATISMO, e, individualmente cada um faz a sua parte. O cristão católico em Carmo da Cachoeira - Minas Gerais está ligado à CASA DO PAI na matéria denominada de PARÓQUIA DE NOSSA SENHORA DO CARMO. É seu pároco, Pe. André Luiz da Cruz, representante do senhor Bispo Diocesano, Dom Frei Diamantino Prata de Carvalho. O maior empenho destes pastores hoje, é DINAMIZAR a COMUNIDADE ECLESIAL com o cuidado aos mais necessitados, aos que dela se afastaram e trabalhar o conceito de PERDÃO ILIMITADO, do qual o PAPA JOÃO PAULO II é um exemplo. Ao dizer DINAMIZAR deve-se entender o combate a indiferença, a irresponsabilidade no exercício de seu papel de cristão e discípulo de JESUS CRISTO, entre outras ações que o grupo vier a decidir e implementar. Ainda hoje, como a foto nos revela (o cristão traz nas mãos a PALAVRA) é em torno do CRISTO E DE SUA PALAVRAS e com o objetivo de "VIVER EM HARMONIA" que o cristão se reunia na época da foto, e se reúne nos dias de hoje. Assim é CARMO DA CACHOEIRA, no Sul de Minas Gerais.
Anônimo disse…
O Projeto Partilha esteve, no ano do Sesquicentenário da Paróquia juntamente com o senhor Pároco, Pe. André Luiz da Cruz e duas representantes da comunidade (sendo uma, parente dos moradores, e outra, uma jovem senhora devota), visitando uma tradicional fazenda. A família que nos recebeu e residente hoje, é descendente dos primeiros moradores do local. A FAZENDA É A CAXAMBU. São frequentadores e participantes do Conselho da Igreja do Povoado do Palmital. São cristãos conscientes de seu papel junto à comunidade local. A Igreja, atenta a tradição, registra e anota os dados que recebe e que estão arquivados nas mentes de seus fiéis. Trabalhadores rurais, gente simples, honesta, religiosa, ativa cultuam e respeitam a tradição, seu passado e seus ancestrais. Um dos mais velhos da família diz não entender, mas respeitar os ornamentos colocados sobre o antigo muro do cemitério dos escravos, próximo de sua fazendas e ora destruídos pelo fogo. Os mesmos elementos, como, galinha ou galo, martelo e 'truquez', toalha, escada, e até cravos, iguais àqueles que se vê em JESUS quando pregado na cruz, entre outros ornamentos, eles dizem terem vistos, também desenhados na porta de antigos oratórios da região. "Ti Rosa", guardião da Praça Nossa Senhora do Carmo nos dias de hoje, é um descendente daquela região e confirma os dados. "Ti Rosa" é responsável por um programa sertanejo, que vai ao ar aos domingos ao amanhecer, pela Rádio Esperança - Comunitária. A família do Caxambú nos contou´que vários túmulos eram decorados com aves e outros elementos. Dona Zilah Reis Oliveira, casada com o senhor Percy conta-nos que participou na preservação do CEMITÉRIO DA CHAMUSCA, quando seu marido era vivo, tentaram tomar providencias para impedir o acesso de animais, que o utilizavam como pastagem. Ela e seu marido Percy, atentos que são e enquanto cidadãos fizeram sua parte, colocando na abertura um portão.
Anônimo disse…
A presença de símbolos, como os que aparecem representados em alguns oratórios existentes em antigas fazendas, bem como os presentes sobre o muro do CEMITÉRIO DA CHAMUSCA, antes de serem queimados, levam-nos a perguntar: Quem passou por aqui, e em que acreditavam eles? Buscando entender, nos deparamos com os mais antigos cristãos de que temos conhecimentos. A sua maneira, estão no antigo testamento, onde encontramos os seguidores de Abrahão aguardando a vinda do Messias. Se nos dermos à busca vamos ver que, junto a Nazaré, Jerusalém pouco existia. O mar era o Mediterrâneo que separava o norte da África e o Egito de Jerusalém, Turquia, Grécia, Itália, Roma, França e Espanha do outro lado. Nem aparece Portugal ainda. Toda aquela gente tinha sua forma de relacionamento com Deus, enquanto aguardavam o Messias - O SALVADOR. É dessa gente que falamos. Com expectativa, aguardamos alguém que possa se aprofundar a questão dos símbolos presentes neste território em estudo e com isto, colaborar e enriquecer o conhecimento de nossa verdadeira origem. Sobre essa gente, a que nos referimos falou também O PAPA JOÃO PAULO II. Foi através da liturgia do arrependimento, na Basílica de São Pedro, no ano 2000, e naquele papel que pôs nas fendas do MURO OCIDENTAL na sua peregrinação a Jerusalém, algumas semanas depois. Foi um ato de amor, perdão e humildade. O texto é o seguinte:

"Deus dos nossos pais,
escolhestes Abraão e os descendentes deste
para levar o teu nome às nações:
estamos profundamente tristes
pelo comportamento daqueles
que no decurso da história
causaram essas tuas crianças sofrimento
e pedimos teu perdão;
queremo-nos cometer
à fraternidade genuína
com o povo da Aliança".
(tradução Pedro von Werden SJ).
Dessa gente se ocupou também o papa JOÃO XXIII. Foi ele que convocou o Concílio Ecumênico Vaticano Segundo, cujas implicações foram de longo alcance para a Igreja Católica. Duas palavras latinas estão gravadas na história da Igreja: NOSTRA AETATE - o elo espiritual que nos liga as origens. Trata das relações com outra religiões. O documento foi promulgado em 1965, após a morte de seu autor - JOÃO XXIII. O documento cita Romanos 2,29 ao se referir a Paulo.
Presente ao referido Concílio histórico estava Karol Wojtyla, o futuro PAPA JOÃO PAULO II, papa polonês. Visitou à Sinagoga de Roma em 1986 e fez peregrinação à Terra Santa no ano de 2000. Sua expressão, ao destacar os maiores eventos de 1986 foi: "por séculos e milênios (...) e agradeço à Providência Divina que essa tarefa foi dada a mim (publicação National Catholic News service, dezembro 31, 1986).
João Paulo II e Joseph Alois Ratzinger estiveram a serviço de Deus na mesma época histórica. Ratzinger foi o mais antigo integrante do Colégio de Cardais, hoje é o PAPA BENTO XVI, nascido na Alemanha. Foi o principal colaborador do PAPA JOÃO PAULO II. Seu primeiro discurso como papa foi,

"Queridos irmãos e irmãs:
Depois do grande Papa João Paulo II, os senhores cardeais elegeram a mim, humilde trabalhador na vinha do Senhor. Consola-me o fato de que o Senhor sabe trabalhar e atuar com instrumentos insuficientes e, sobretudo, confio em vossas orações. Na alegria do Senhor Ressuscitado, confiados em sua Santíssima Mãe, está do nosso lado. Obrigado". Papa Bento XVI.
O projeto Partilha é grato ao Criador e Senhor do Universo pela presença de JOÃO PAULO II na Igreja Cristã Católica, como um de seus representantes máximos. Como um dos sucessores de Pedro e reconhecido como a cabeça suprema visível da Igreja. Sobre Simão/Pedro, lemos em Mt 16.18, as palavras de Jesus Cristo: "Tu és Pedro, e sobre esta pedra edificarei a minha igreja, e os portais do Hades não prevalecerão sobre ela". Presta-lhe homenagens e reverência, entre tantos outros, ao seu legado, e pela frase "diálogo fraterno". Ela foi utilizada ao referir-se a meta nas relações com as religiões. Nele se resgata e amplifica-se o conceito de um dos termos mais antigos dentro da comunidade cristã: "irmãos e irmãs". Por evidenciar o Salmo 147, citado por Tad Sxulc e publicado no magazine PAREDE em 1994: "João Paulo se refere ao efeito nele como garoto ouvindo o Salmo 147 sendo cantado durante a missa de noite: "Oh Jerusalém, glorifica o Senhor, louva te Deus, oh Sião, pois Ele fez forte as barras para tuas portas e abençoou as tuas crianças dentro de ti".
As crianças, aguardam o Messias. Assim, e com estes olhos é que deveremos olhar os símbolos presentes nos oratórios de antigas fazendas e outras representações por nós ainda não estudadas suficientemente. Hoje, filhos um pouco mais crescidos e um pouco mais amadurecidos deixam transbordar de seus corações as virtudes sagradas do perdão, do amor incondicional, do altruísmo, entre outros dons do ESPÍRTO SANTO presentes e manifestados em cada um.
Anônimo disse…
Conheça um pouco sobre nossos ancestrais visitando o Projeto Compartilhar, nos seguintes endereços:

http://br.geocities.com/projetocompartilhar5/mariaribeiradaconceição1825.htm

http://br.geocities.com/projetocompartilhar5/antoniopereiradegouveia1829mariafelisbinadosreis1864.htm

http://br.geocities.com/projetocompartilhar5/anateresadejesus1817.htm
Anônimo disse…
Como a publicação anterior saiu com cortes, cito o nome das pessoas, visando complementar o que a referida publicação omitiu. São elas:
*dona Maria Ribeira da Conceição. Ano - 1825;

*senhor Antonio Pereira de Gouveia. Ano - 1829 e sua esposa, dona Maria Felisbina dos Reis. Ano - 1864;

*dona Ana Teresa de Jesus. Ano - 1817.
Anônimo disse…
Ei, pessoal que anda buscando dados sobre esta região de Carmo da Cachoeira e cidades vizinhas. Este documento vem do Palácio do Governo da Província de Minas Gerais, aos 31 de maio de 1850. É Carta de Lei, que cria diversas Vilas, suprime algumas das já criadas, (...). Visitem o site: Exibidor de Documentos - Windows Internet Explorer, em http://hera.almg.gov.br/.../netahtml/njmg.html - 34k

Vejam com atenção os artigos 13, parágrafo 14; o artigo 20, parágrafo 4; o artigo 30, 33 e 33, entre outros.
Gostaram da dica? Esta é quente, e nem precisa ir até o Arquivo Público. Tá aí.

Mais lidas no site

Tabela Cronológica 10 - Carmo da Cachoeira

Tabela 10 - de 1800 até o Reino Unido - 1815 - Elevação do Brasil a Reino Unido de Portugal, Brasil e Algarves - 1815 ü 30/Jan – capitão Manuel de Jesus Pereira foi nomeado comandante da Cia. de Ordenanças da ermida de Campo Lindo; e ü instalada a vila de Jacuí . 1816 1816-1826 – Reinado de Dom João VI – após a Independência em 1822, D. João VI assumiu a qualidade e dignidade de imperador titular do Brasil de jure , abdicando simultaneamente dessa coroa para seu filho Dom Pedro I . ü Miguel Antônio Rates disse que pretendia se mudar para a paragem do Mandu . 1817 17/Dez – Antônio Dias de Gouveia deixou viúva Ana Teresa de Jesus . A família foi convocada por peritos para a divisão dos bens, feita e assinada na paragem da Ponte Falsa . 1818 ü Fazendeiros sul-mineiros requereram a licença para implementação da “ Estrada do Picu ”, atravessando a serra da Mantiqueira e encontrando-se com a que vinha da Província de São Paulo pelo vale do Paraíba em direção ao Rio de Janeiro, na alt...

A organização do quilombo.

O quilombo funcionava de maneira organizada, suas leis eram severas e os atos mais sérios eram julgados na Aldeia de Sant’Anna pelos religiosos. O trabalho era repartido com igualdade entre os membros do quilombo, e de acordo com as qualidades de que eram dotados, “... os habitantes eram divididos e subdivididos em classes... assim havia os excursionistas ou exploradores; os negociantes, exportadores e importadores; os caçadores e magarefes; os campeiro s ou criadores; os que cuidavam dos engenhos, o fabrico do açúcar, aguardente, azeite, farinha; e os agricultores ou trabalhadores de roça propriamente ditos...” T odos deviam obediência irrestrita a Ambrósio. O casamento era geral e obrigatório na idade apropriada. A religião era a católica e os quilombolas, “...Todas as manhãs, ao romper o dia, os quilombolas iam rezar, na igreja da frente, a de perto do portão, por que a outra, como sendo a matriz, era destinada ás grandes festas, e ninguém podia sair para o trabalho antes de cump...

A família do Pe. Manoel Francisco Maciel em Minas.

A jude-nos a contar a história de Carmo da Cachoeira. Aproveite o espaço " comentários " para relatar algo sobre esta foto, histórias, fatos e curiosidades. Assim como casos, fatos e dados históricos referentes a nossa cidade e região. Próxima imagem: Sete de Setembro em Carmo da Cachoeira em 1977. Imagem anterior: Uma antiga família de Carmo da Cachoeira.

Mais lidas nos últimos 30 dias

Natal, memória e partilha em Carmo da Cachoeira

Talvez uma das coisas de que a professora Leonor Rizzi mais gostasse em Carmo da Cachoeira fossem as festividades cristãs . Via nelas não apenas a beleza dos ritos, mas, sobretudo, o protagonismo e a visibilidade que conferiam às pessoas da comunidade, tantas vezes deixadas à margem da memória histórica e cultural. Graças à homenagem póstuma oferecida pela Câmara Municipal a Dona Leonor, por iniciativa da vereadora Maria Beatriz Reis Mendes (Bia), revisitei a cidade. Confesso que a primeira parada no “ Estação Café com Arte ”, no Bairro da Estação , indicada pela própria vereadora, teve algo de peregrinação afetiva: eu caminhava pelos espaços tentando adivinhar o que, ali, chamaria mais a atenção de Leonor. Foi então que encontrei algo que, tenho certeza, a encantaria: a confecção artesanal do frontão do palco do Auto de Natal deste ano. Naquele trabalho paciente das mãos, na madeira, na tinta e nos detalhes, reconheci o mesmo espírito que atravessava os textos que ela escreveu, n...

Carmo da Cachoeira: o centro cultural Café Estação com Arte

O Bairro da Estação que a Profª Leonor sonhou Hoje, quem chega ao bairro da Estação, em Carmo da Cachoeira , encontra um espaço acolhedor: as antigas ruínas da ferrovia se transformaram em um pequeno centro de cultura e turismo em torno do “ Estação Café com Arte ” . Onde antes havia paredes caindo e abandono, há agora um lugar vivo, que recebe visitantes, conversa com a memória e faz a paisagem respirar de outro modo. Este texto nasce justamente desse contraste: da lembrança de uma Estação em ruínas à experiência recente de rever o local totalmente recuperado, por ocasião da homenagem prestada à professora Leonor Rizzi pela Câmara Municipal , por iniciativa da vereadora cachoeirense Maria Beatriz Reis Mendes (Bia) . A impressão é imediata: poucas coisas a alegrariam tanto quanto ver esse lugar, que a marcou pela ruína, renascer como polo de cultura. Foto original recuperada por IA de Evando Pazzini Para compreender o significado disso, recorremos aos próprios textos de Leonor sobr...

Carmo da Cachoeira – de 1815 até 1821

Publicada em 15 de fevereiro de 2008 pela professora Leonor Rizzi , esta tabela acompanha um período curto em anos, mas denso em mudanças: é o momento em que o Brasil deixa de ser apenas colônia para integrar o Reino Unido de Portugal, Brasil e Algarves (1815), vê a circulação do café avançar sobre Minas, assiste à transformação de capitanias em províncias e presencia o retorno da Corte a Lisboa. Enquanto os livros de história contam esse processo em linhas gerais, aqui o movimento é visto através de lupa: nomes de fazendas, vilas recém-instaladas, estradas requisitadas, inventários, listas de moradores e decisões administrativas que moldam o sul de Minas. Talvez por isso esta tenha se tornado, ao longo dos anos, a tabela mais procurada no site, foram 66.800 acessos: nela se cruzam a visão macro da política imperial e os detalhes concretos de lugares como Campo Lindo , Ponte Falsa , Serra do Carmo da Cachoeira , Varginha ainda chamada Espírito Santo das Catanduvas . O que em manuais ...

Carmo da Cachoeira de 1800 até 1814

Carmo da Cachoeire: Leonor Rizzi e o poder do conhecimento histórico local Publicado neste site em 5 de fevereiro de 2009, o quadro intitulado “ Tabela Cronológica 9 – de 1800 até o Reino Unido ” , elaborado pela professora Leonor Rizzi , é mais do que uma sequência de datas: é um exercício de reconstrução paciente da história local a partir de vestígios dispersos. Em vez de olhar apenas para o “grande cenário” do Império português e das transformações políticas do início do século XIX, a autora acompanha, em detalhe, o que se passava na região que hoje reconhecemos como Carmo da Cachoeira : fazendas que se consolidam, capelas que se erguem, famílias que se fixam, instituições que se organizam. Esse tipo de pesquisa minuciosa, ancorada em registros paroquiais, inventários, sesmarias e documentação administrativa, devolve à comunidade algo que costuma ser monopolizado pelos manuais escolares: o direito de se reconhecer como sujeito da própria história. Ao relacionar acontecimentos lo...

Catanduba: memória oral e sesmarias

Como Leonor Rizzi registrou a paragem em comentários e documentos antigos Nos comentários deixados em postagens à época, a própria professora Leonor Rizzi recorria a perfis anônimos para registrar informações obtidas em sua pesquisa de campo com antigos moradores de Carmo da Cachoeira e de municípios vizinhos. Ela fazia isso sempre que considerava que aqueles dados ainda precisavam ser confirmados por outras fontes, usando os comentários como um espaço intermediário entre a coleta em campo e a elaboração de um texto definitivo. Dessa forma, marcava a existência da memória oral sem transformá-la, de imediato, em matéria acabada. Ao publicar esses relatos nos comentários, também tinha a intenção de torná-los acessíveis a outros pesquisadores, que poderiam encontrá-los por meio dos mecanismos de busca e, assim, aprofundar, confrontar ou conferir aquelas pistas. Entre esses registros, em fevereiro de 2008 aparecem informações sobre a antiga paragem chamada Catanduba , grafada també...

Mais Lidas nos Últimos Dias

Natal, memória e partilha em Carmo da Cachoeira

Talvez uma das coisas de que a professora Leonor Rizzi mais gostasse em Carmo da Cachoeira fossem as festividades cristãs . Via nelas não apenas a beleza dos ritos, mas, sobretudo, o protagonismo e a visibilidade que conferiam às pessoas da comunidade, tantas vezes deixadas à margem da memória histórica e cultural. Graças à homenagem póstuma oferecida pela Câmara Municipal a Dona Leonor, por iniciativa da vereadora Maria Beatriz Reis Mendes (Bia), revisitei a cidade. Confesso que a primeira parada no “ Estação Café com Arte ”, no Bairro da Estação , indicada pela própria vereadora, teve algo de peregrinação afetiva: eu caminhava pelos espaços tentando adivinhar o que, ali, chamaria mais a atenção de Leonor. Foi então que encontrei algo que, tenho certeza, a encantaria: a confecção artesanal do frontão do palco do Auto de Natal deste ano. Naquele trabalho paciente das mãos, na madeira, na tinta e nos detalhes, reconheci o mesmo espírito que atravessava os textos que ela escreveu, n...

Carmo da Cachoeira: o centro cultural Café Estação com Arte

O Bairro da Estação que a Profª Leonor sonhou Hoje, quem chega ao bairro da Estação, em Carmo da Cachoeira , encontra um espaço acolhedor: as antigas ruínas da ferrovia se transformaram em um pequeno centro de cultura e turismo em torno do “ Estação Café com Arte ” . Onde antes havia paredes caindo e abandono, há agora um lugar vivo, que recebe visitantes, conversa com a memória e faz a paisagem respirar de outro modo. Este texto nasce justamente desse contraste: da lembrança de uma Estação em ruínas à experiência recente de rever o local totalmente recuperado, por ocasião da homenagem prestada à professora Leonor Rizzi pela Câmara Municipal , por iniciativa da vereadora cachoeirense Maria Beatriz Reis Mendes (Bia) . A impressão é imediata: poucas coisas a alegrariam tanto quanto ver esse lugar, que a marcou pela ruína, renascer como polo de cultura. Foto original recuperada por IA de Evando Pazzini Para compreender o significado disso, recorremos aos próprios textos de Leonor sobr...

Carmo da Cachoeira – de 1815 até 1821

Publicada em 15 de fevereiro de 2008 pela professora Leonor Rizzi , esta tabela acompanha um período curto em anos, mas denso em mudanças: é o momento em que o Brasil deixa de ser apenas colônia para integrar o Reino Unido de Portugal, Brasil e Algarves (1815), vê a circulação do café avançar sobre Minas, assiste à transformação de capitanias em províncias e presencia o retorno da Corte a Lisboa. Enquanto os livros de história contam esse processo em linhas gerais, aqui o movimento é visto através de lupa: nomes de fazendas, vilas recém-instaladas, estradas requisitadas, inventários, listas de moradores e decisões administrativas que moldam o sul de Minas. Talvez por isso esta tenha se tornado, ao longo dos anos, a tabela mais procurada no site, foram 66.800 acessos: nela se cruzam a visão macro da política imperial e os detalhes concretos de lugares como Campo Lindo , Ponte Falsa , Serra do Carmo da Cachoeira , Varginha ainda chamada Espírito Santo das Catanduvas . O que em manuais ...