O quilombo funcionava de maneira organizada, suas leis eram severas e os atos mais sérios eram julgados na Aldeia de Sant’Anna pelos religiosos. O trabalho era repartido com igualdade entre os membros do quilombo, e de acordo com as qualidades de que eram dotados, “... os habitantes eram divididos e subdivididos em classes... assim havia os excursionistas ou exploradores; os negociantes, exportadores e importadores; os caçadores e magarefes; os campeiro s ou criadores; os que cuidavam dos engenhos, o fabrico do açúcar, aguardente, azeite, farinha; e os agricultores ou trabalhadores de roça propriamente ditos...” T odos deviam obediência irrestrita a Ambrósio. O casamento era geral e obrigatório na idade apropriada. A religião era a católica e os quilombolas, “...Todas as manhãs, ao romper o dia, os quilombolas iam rezar, na igreja da frente, a de perto do portão, por que a outra, como sendo a matriz, era destinada ás grandes festas, e ninguém podia sair para o trabalho antes de cump...
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Essas danças desordenadas foram substituídas mais tarde pelas congadas. Formaram-se então três grupos ou três ternos como eles diziam: dois no arraial, chefiados pelos dois irmãos Antonio o Domingos Baiano, Valentim, Sebastião Felipe, e um na FAZENDA DOS COQUEIROS, que tinha como porta-bandeira o preto velho Verissimo.
Era de ver-se a animação, o entusiasmo dos pretos, ao aproximar-se o dia 13 de maio. Dias antes, formados os três ternos, à paisana, conduziam, ao som de suas músicas e cânticos o mastro com a bandeira de S. Benedito, fincando-o na frente da Igreja. No dia 13 vestiam-se com as suas roupagens coloridas, cada terno com a sua cor, e começavam pela madrugada seus cânticos e suas danças. Iam à missa, percorriam as ruas tirando esmolas para as despesas da festa, conduziam sua rainha à igreja e acompanhavam a procisão de S. Benedito. O arraial era movimentado o dia todo e se enchia dos ruídos das caixas, dos reco-recos feitos de bambu, das sanfonas e violas, acompanhando o rítmo das cantorias, que entravam pela noite a dentro.
E havia também aqueles vultos populares que perambulavam por aí, como o pedreiro Barcelão com o seu linguajar alatinado, o Paulina Cambeta, cuja maior satisfação era soltar foguetes nas festas religiosas, a Tia Chica, a Tia Norbertaa, a Chiquinha Temdepá e tantos outros dos quais hoje quase ninguém se lembra; sobressaindo entre todos, o extraordinário ARTUR PERUCA, que, em todas as ocasiões que se apresentassem não deixava de meter seu discursozinho porque, como ele mesmo costumava dizer "A GARGANTA COMEÇAVA A COMICHAR" e não havia remédio senão falar. Para exaltação do velho e QUERIDO PERUCA, não posso deixar de recordar aqui um fato interessante de sua vida: Quando se inaugurou, creio que em 1925, a Estação local da REDE MINEIRA DE VIAÇÃO, Dr. Fernando de Melo Viana, l´s estava presente o ARTUR PERUCA (ARTUR ALVES COSTA). Antes, o Coronel Domingos Ribeiro de Rezende o havia advertido para que não se metesse a fazer discurso, com o que o ARTUR ALVES COSTA (Peruca) aparentemente concordou. Digo aparentemente porque, após haver falado um varginhense saudando o Governador sem que nenhuma referência fizesse a CARMO DA CACHOEIRA, ARTUR ALVES COSTA (Peruca) não se conteve: - a "garganta comichou" e ele, inopinadamente, dirigindo-se ao Dr. Melo Viana, pediu-lhe permissão para dizer algumas palavras, enquanto os circunstantes se remexiam incomodados, prevendo que ali iriam sair inconveniências. Concedida a palavra, o ARTUR ALVES COSTA (Peruca) calmamente abriu uma valise que levava consigo e, atirando pétalas de flores no Governador pronunciou o seu discurso no qual, entre outras coisas, disse o seguinte: "ESTAS FLORES QUE V. Excia. ESTÁ PISANDO, SÃO FLORES DO CARMO DA CACHOEIRA E NÃO DE VARGINHA; mas o orador que acabou de falar não tocou no nome desta terra, como se a ESTAÇÃO que estavamos inaugurando fosse de Varginha e não de CARMO DA CACHOEIRA". Dr. Melo Viana abraço o orador, tornando-se seu amigo e levando-o consigo durante o resto da viagem.
WANDERLEY FERREIRA DE REZENDE.
HINO Á CIDADE DE CARMO DA CACHOEIRA
Letra e música: Maria Antonietta Rezende. Acompanhamento: Teresa Maciel. Na voz da mezzo-soprano Maisa Nascimento. Arranjo instrumental: Edgard Xavier. Adaptação: Augusto Vitor Garcia Gouveia.
O TROPEIRO DE CARMO DA CACHOEIRA
Autor: Antonio Carlos Reis da Rocha
Intérprete: Carlos Caldeira. Música de fundo: viola com o instrumentalista Zola
CANÇÃO A CARMO DA CACHOEIRA
Letra e música Joel Garcia Pereira. Acompanhamento: Jobson Garcia Pereira. Assobio: Manoel Ferreira Avelino (Neca)
NAVIO NEGREIRO
Castro Alves. Intérprete Ana Paula da Silva Benedito
MUSICA A NOSSA SENHORA DO CARMO
Autor: Francisco Vitor do Nascimento (o Chiquinho do táxi). Intérpretes: Luiz Antônio Naves (FROTA) e ZICO.
RETRATO DE MINHA TERRA
Autora: Prof. Marília de Lourdes Rezende Bittencourt (filha do prof. Wanderley Ferreira de Rezende). Intérprete Fernanda Aparecida Oliveira Pereira. Acompanhamento: Jobinho (o pai da Fernanda) - Jobson Garcia Pereira
HINO DO CENTENÁRIO DE CARMO DA CACHOEIRA
Letra: Haroldo Ambrósio Caldeira
Intérprete: Glória Caldeira
Música: Álvaro Arcanjo Athaide SESQUICENTENÁRIO DE CARMO DA CACHOEIRA
Poesia: José Keitel Ribeiro
Música: Maisa
Intérprete: Ana Paula da Silva Benedito
AVE MARIA
piano: Francis. Intérprete: mezzo soprano Maisa Nascimento.
ERA SONHO
Autor e intérprete: Carlos Alberto Caldeira
HINO DO SESQUICENTENÁRIO: Padre Dr. Antônio de Oliveira Godinho
Intérprete: Banda Musical de Carmo da Cachoeira - Lira Cachoeirense ou XVI de julho.
Maestro: Rôcival Alves
HINO DO SESQUICENTENÁRIO DE CARMO DA CACHOEIRA
Letra: Pe. Dr. Antônio de Oliveira Godinho. Música e interpretação: Tiãozinho (Sebastião de Jesus Mariano), Jovâne(Jovâne Garcia Pereira) e Jobinho (Jobson Garcia Pereira). Partitura: Rôcival Alves.
ANIVERSÁRIO DA PARÓQUIA DE N. SRA. DO CARMO
Poesia. Autor: José Keitel Ribeiro. Intérprete: Maria Amélia da Paixão Oliveira. Fundo musical:
Terezinha Reis Vilela ao piano.
CANÇÃO A CARMO DA CACHJOEIRA
Letra e música: Joel Garcia Pereira
Intérprete: Joel Garcia Pereira e Jovâne Garcia Pereira. Instrumental: Jobinho(Jobson Garcia Pereira).
CARMO DA CACHOEIRA
Poesia. Autor e Intérprete: Carmo Caldeira.
Acompanhamento: Maisa Nascimento.
TITILA
Interpretação: Larissa Amaral, Mezzo-soprano.
FESTA NO CÉU.
Autor: Frota (Luís Antônio Naves).
Intérpretes: Frota e Zico
Instrumental: Jobinho e Zico
TERRA DE MINHA INFÂNCIA
Autor e intérprete: Cláudio Pereira Chagas
PERFEITO É QUEM TE CRIOU
Letra: Padre Marcelo Rossi (direitos reservados)
Instrumental: Jobinho, Augusto e Andréia
Composição: Walmir Alencar (direitos reservados)
Intérprete: Tiãozinho (Sebastião de Jesus Mariano).
Padrinhos de crianças crioulas e pardas: Agostinho Marques Arantes e Cândida Maria de Jesus; Manoel Teixeira da Silva e Maria Theodora de Jesus; Antonio José Filipe e Maria Francelina de Jesus; Joaquim Flávio da Costa e dona Maria Balduina da Costa; Francisco Nunes Chagas e Maria; Francisco Lopes e Lauriana Ignácia de Jesus; Antonio José Guimarães e Geracina Pracedina de Souza; Francisco Antonio e Maria Francisca de Jesus; Ignácio Lopes Guimarães e dona Francisca Pracedina de Souza; tenente JOSÉ FERNANDES AVELINO E dona Ignácia Generoza do Nascimento; João Baptista Alves e Mariana Inocência de Figueiredo; Francisco Alves Rodrigues e Mariana de Souza Monteira; Evaristo Ferreira da Veiga e Helena Maria de Jesus; Francisco Nunes Chagas e Maria Rita de Jesus; Francisco José Chagas e Claudina Maria do Nascimento; Jerônimo e Maria Rodrigues; Serafim dos Anjos e dona Rita Antonia de Oliveira; José Liandro de Espíndola e Rita Maria de Jesus; Thomé Pinto Ribeiro e Maria da Conceição; Joaquim Gonçalves de Azevedo e Hypólita Claudina do Nascimento; Manoel Ignácio da Costa e Hypólita Carolina da Silva; André Pinto da Costa e Mariana Francisca de Jesus; Francisco de Assis e Souza e dona Constância Thereza de Jesus; Manoel Ferreira Avelino e dona Maria Generoza dos Reis; Luiz Antonio de Carvalho e Francisca; JOSÉ CELESTINO TERRA e Amélia Augusta de Toledo; João Vilella dos Reis e dona Anna Cândida dos Reis; José Celestino e Anna Jacintha Vilella; José Ignácio da Silva e Maria Guilhermina de Oliveira; Lúcio Marcelliano de Araújo e Antonio Alves Branquinho; Antonio Gomes Aguiar e Feliciana Maria de Jesus; Manuel da Costa Ramos e Luciana Cândida de Jesus.
No próximo comentário postaremos as crianças brancas, que são em número bem mais reduzido.
08.07.1858, Anna, filha legítima de João Vilella Fialho e dona Maria Victória Branquinho. Padrinhos: Custódio Vilella Palmeira e dona Jacintha Ponciana de Rezende;
30.07.1859, Manoel, filho legítimo de Francisco de Paula Ferreira Martins e dona Ignácia Cândida de Jesus. Padrinhos: João Cândido Alves e dona Anna Claudina de Jesus;
30.07.1859, Maria, filha legítima do capitão Manoel Ferreira Martins e Maria Carolina Mello. Padrinhos: Comendador José Esteves de Andrade Botelho e dona Prudenciana Esmeraldina de Paiva;
26/06/1859, Anna, filha legítima de Antonio Garcia Duarte e de Maria Cândida de Jesus. Padrinhos: José da Silveira Caldeira e dona Mariana Gabriela Joaquina;
26/06/1859, Francisco, filho legítimo de Antonio Lopes Guimarães e Eva Rita. Padrinhos: Joaquim Flávio da Costa e Maria Balduina da Costa;
03/07/1859, João, filho legítimo de Joaquim Roza e Maria Magdalena. Padrinhos: Francisco José da Costa e dona Balduina Maria de Jesus;
10/07/1859, Maria, filha legítima de Antonio Cândido de Souza e Balduina Josepha Leopoldina. Padrinhos: JOSÉ CELESTINO TERR e Amélia Augusta de Toledo;
01/08/1859, Joaquim, filho legítimo de Joaquim Pinto da Costa e Francisca Cândida da Silva. Padrinhos: Francisco Nunes Chagas e Maria Rita de Jesus;
28/08/1859, Bernardo, filho legítimo de Bernardo José da Costa e dona Francisca Ferreira de Jesus. Padrinhos: José Marcelino Teixeira e dona Anna Antonia de Jesus;
14/09/1859, Carolina, filha legítima de Manoel Antonio Teixeira e de dona Maria Victória de Carvalho. Padrinhos: cap. Antonio Joaquim Alves e Maria Carolina de Gouvêa;
23/10/1859, José, filho legítimo de João Bernardino de Senne e Mariana Clara de Jesus. Padrinhos: Joaquim Fernandes dos Reis e Mariana Cândida Branquinha;
06/11/1859, José, filho legítimo de José Ignácio de Souza e Jesuína Maria de Jesus. Padrinhos: Lúcio Marceliano de Araújo e Antonio Alves Branquinho;
26.11.1859, Achilles, filho legítimo de Aureliano José Mendes e Escholástica Maria de Jesus. Padrinhos: José de Abreu Coutinho e Antonio de Abreu Coutinho.
Veja também no mesmo Projeto, José Antonio Teixeira - 1854/1863.
Citação em trabalho realizado por Francisco Vidal Luna, pela USP - Universidade Estadual de São Paulo. 1980. Minas Gerais: escravos e senhores. Análise da Estrutura Populacional e Econômica de alguns Núcleos Mineratórios (1718 - 1804). São Paulo, FEA - USP
http://historia_demografica.tripod.com/psquisadores/
Francisco de Paula Ferreira Martins e dona Ignácia Cândida de Jesus, pais de Manoel. Ignácia, filha de João Cândido Alves da Costa e Ana Claudina Diniz Junqueira (III).
João Cândido Alves da Costa, filho de Inácio José Álvares (ou Alves) e de Mariana Cândida de Jesus.