Pular para o conteúdo principal

Antigo Colégio Cachoeirense em Carmo da Cachoeira.

Ajude-nos a contar a história de Carmo da Cachoeira. Aproveite o espaço "comentários" para relatar algo sobre esta foto, histórias, fatos e curiosidades. Assim como casos, fatos e dados históricos referentes a nossa cidade e região.

Próxima imagem: Antiga igreja barroca de Nossa Senhora do Carmo.
Imagem anterior: Diverso estilos arquitetônicos convivem lado a lado.

Comentários

Anônimo disse…
Foto publicada por Luiz José Álvares Rubião, em sua obra ÁLBUM DA VARGINHA". Estabelecimento Graphico - Casa Maltese - Minas Gerais. Edição sem numeração. Diz ele:

"COLÉGIO CACHOEIRENSE", dirigido pelos srs. Professor Arlindo Cruz e o Rvdo João Pina do Amaral.

A frente do prédio está voltada para a Praça do Carmo. Aí, no primeiro piso, funciona a cadeia pública. Os presos ficavam num cômodo, cujas janelas dão para a calçada, e que se vê no canto esquerdo do primeiro piso, visto de quem olha. A população se comunicada com os reclusos, através desta janela. A entrada da cadeia, se faz pela rua Padre Joaquim. A dos alunos se fazia pela rua Dom Inocêncio.
O horizonte que se vê, corresponde ao poente. O grupo, está no pátio da Escola. O prédio existente, ainda hoje, está sendo reformado, e abrigará a Biblioteca Pública. Em frente a este prédio existe outro próprio Municipal, na Rua Dom Inocêncio, e onde funcionam o almoxarifado e a garagem.
Anônimo disse…
Padre Godinho estudou nesta Escola, conforme relata na obra, "Todas as Montanhas São Azuis", no entanto, ele não faz parte deste grupo. A foto foi feita, por volta do ano de seu nascimento.
Anônimo disse…
No mesmo quarteirão, subindo em direção a Praça do Carmo, na esquina, a Casa que foi de JOSÉ CELESTINO TERRA. Na Praça também, e bem próxima da casa de José Celestino, a Casa de JOSÉ FERNANDES AVELINO, casado em primeiras núpcias com dona Maria Clara Umbelina e em segunda, com dona Rita Victalina de Souza.
Anônimo disse…
Livro II - Fábrica. 1893 - 1923. Freguesia do Carmo da Cachoeira.

PATRIMÔNIO DE NOSSA SENHORA DO CARMO,

mediação em 1893 e que foi dado a archivar no Bispado de Marianna, cujas as divizas são as seguintes: principiando no ribeirão que desce da Capitinga em frente ao vallo que termina no mesmo um pouco abaixo do muinho subindo por aquelle ribeirão até enfrentar o vallo de divisa do pasto da Baroneza de Lavras e terrenos de Gabriel dos Reis e Silva; tomando a esquerda atravessando o pasto do Rvmo. Pe. Fonseca e cortando a casa de Gabriel dos Reis e rua até o canto do muro na rua que sobe para o largo, por esta acima, lado direito, até o canto da casa de Custódio Villela Palmeira, tomando a direita circulando todo o largo pelas frentes norte, poente e sul até o canto superior da mesma rua, e tomando a direita subindo tendo por divisa o muro da posse de José Marcelino Teixeira Júnior até o canto na rua do Chafariz, e, ao meio desta, a direita uma linha recta ao muro de João Nestle onde se collocou um marco de pedra; saltando muro e pouco abaixo onde se colocou outra marca tomando a esquerda dividindo com terras do mesmo João Nestle até enfrentar o canto norte da casa do mesmo, em rumo ao correguinho no limão, onde se collocou outro marco de pedra, por este acima a enfrentar o vallo do pasto que foi de Jeronymo Ferreira Pinto Vieira e tomando a esquerda a ganhar o mesmo vallo por este acima até a estrada chamada da olaria e atravessando esta e seguindo por um vallinho velho que logo acima toma a direita até o vallo de divisa de Antonio Justiniano dos Reis, tomando a esquerda sempre dividindo com este até a divisa de Francisco de Assis Reis, e tomando a esquerda atravessando a estrada que vai a São Marcos desce pelo vallo de divisa dos pastos do Douctor Mathias e de Gabriel dos Reis e Silva até o ribeirão onde teve princípio esta demarcação.

DECLARAÇÃO, importante a bem dos interesses futuros desta Matriz.
O Patrimônio de Campo Bello, onde está edificada a Capella da Invocação de São Bento, filial a esta Matriz, tem sido contestada ha longos annos por diversos e hoje chama-se possuidor do mesmo Patrimônio, Gabriel Fachardo (Fajardo).
Por parte do Juiz de Direito de Lavras, a cuja jurisdição pertencia esta Freguezia, iniciou processo de reinvindicação que por certas circunstâncias não se concluia. Posteriormente, depois da passagem desta Freguezia para o município da Varginha, os respectivos autos passarão para o cartório do primeiro Tabelião deste município, Francisco Guintino da Costa e Silva(Francisco Quintino), onde se achão. Carmo da Cachoeira, 31 de dezembro de 1894. O Fabriqueiro, Jeronymo Ferreira Pinto Vieira.
Anônimo disse…
Livro II - Fábrica. 1893 - 1923.

ARROLAMENTO do que existe e pertence a Igreja Matriz de Nossa Senhora do Carmo da Cachoeira, inclusive as Imagens. INVENTÁRIO - IMAGENS:
1 Imagem de Nosso Senhor dos Passos, tamanho natura, roca;
1 Imagem do Senhor Morto, tamanho natural, madeira;
1 Imagem do Coração de Jesus, i metro de altura;
1 Imagem de Nossa Senhora do Carmo, com mais de 1 metro de altura, madeira;
1 Imagem de Nossa Senhora das Dores, roca, tamanho natural;
1 Imagem de Nossa Senhora de Lourdes, de menor altura;
Imagem de Nossa Senhora da Victória, de menos de 1 metro de altura;
1 Imagem de Nossa Senhora da Conceição, pequena - defeituosa;
1 Imagem de São Sebastião, de 1 metro de altura - quebrada;
1 Imagem de São Sebastião, pequena, de madeira, defeituosa, está no Frontespício;
1 Imagem de São José, menos de 1 metro;
Oratório de vidro com pequenas imagens, na Sachristia - Casa Paroquial.

BANQUETAS E OBJECTOS DE METAL:
1 Banqueta com crucifixo - toda de prata do Porto, que foi offertada ao Altar de N. S. Sacramento pelo Barão de Lavras (João Alves de Gouveia/Gouvêa);
1 Banqueta do Altar-Mor, grande, de metal branco;
2 Banquetas dos Altares lateraes, menores, de metal branco;
4 castiçaes grandes, de metal branco, 1 metro de altura;
2 castiçaes de prata, 1 palmo de altura (não recebi, Pe. José Silveira da Rocha);
5 castiçaes pequenos de metal branco;
1 thuríbulo de prata do Porto, que foi offerecido pelo senhor João Urbano de Figueiredo;
1 thuríbulo de metal já muito usado (não achei, Padre Carnevale);
1 salva pequena de prata (foi furtada. Pe. José Silveira da Rocha)
1 salva maior de metal ordinário (não recebi. Pe. Carnevale); 2 serpentinas de metal prateado;
1 cruz processional de metal branco;
2 cálices de prata e patenas de prata;
1 cálice todo dourado, patena dourada;
1 Ambula toda dourada;
1 custódia de prata. (É de metal. Pe. Amaral)
Anônimo disse…
Sítio Ribeirão da Prata, aplicação de São Bento do Campo Belo, freguesia de Lavras, ano 1801. Inventário do Antônio Joaquim Alves. Viúva Anna Luiza Gonçalves (Ana Luiza). Cf. Projeto Compartilhar.

O Projeto Partilha ouve e repassa um pouco de história contada por Marta Amato. Cf. Família Junqueira, p.688: "(...) Pensando nisso, fomos pesquisar os pais de Ignácia Justina Alves. Encontramos sua mãe, Anna Luiza Gonçalves, casada com o cap. Antonio Joaquim Alves, e eram, respectivamente, irmãos de Manuel Luís Gonçalves e Maria Justina Alves (com quem Manuel Luís foi casado). Os irmãos Anna Luiza Gonçalves e Manuel Luís Gonçalves eram primos em primeiro grau de Elena Maria do Espírito Santo". O assunto está sendo abordado, tendo em vista os nomes de Joaquim José de Oliveira e Luís Antônio de Oliveira, com as irmãs, respectivamente, Helena Cândida da Costa e Francisca Cândida de Oliveira. Marta Amato diz:
Vamos aos fatos: Joaquim José de Oliveira Filho casou-se duas vezes. A primeira, com sua prima, Helena Cândida Costa, filha de João Cândido da Costa e Maria Marfisa da Costa. Tiveram dois filhos. No processo de dispensa matrimonial, datado de 1852, em São Thomé das letras, os noivos prestam depoimento solicitando a dispensa de consanguinidade: "que os oradores se acham ligados com impedimento de consanguinidade em segundo grau da linha transversal igual porque a mãe da oradora (Maria Marfisa) dizem ser irmã da mão do orador (Francisca Cândida) por parte (Pe. Francisco Antônio Junqueira), e por outro lado, em quarto grau da linha transversal desigual por ser a mãe da oradora prima carnal da avó do orador". Repetindo em outras palavras: esse pedido de dispensa de consaguinidade só foi necessário porque o Pe. Francisco Antônio Junqueira era o pai da mãe do noivo (Francisca Cândida de Oliveira) e pai da mãe da noiva (Maria Marfisa da Costa). Francisca Cândida Oliveira era filha de Antônia Maria da Paixão e Maria Marfisa da Costa era filha do Pe. Francisco Antônio com mãe desconhecida. O mesmo é válido para o casamento do irmão de Joaquim José de Oliviera Filho, Luís Antônio de Oliveira.
A primeira filha do Pe. Francisco Antônio, pela data do batismo, foi Maria Marfisa, bastizada em 28 de janeiro de 1796 e o último, Gabriel, batizado em 9 de setembro de 1823; portanto, uma diferença de 27 anos. Se considerarmos que Francisca Cândida, primeira filha de Antônia Maria da Paixão, casou-se com 20 anos, teremos que ela deve ter nascido por volta de 1809. Antônio Glauceste se casou aos 21 anos, ele teria nascido em 1799. Assim teremos: Maria Marfisa, 1796; Antônio Glauceste em 1799 e Francisca Cândida em 1809.
Em relação aos filhos do Pe. Francisco Antônio com Antônia Maria da Paixão vamos encontrar: Francisca Cândida de Oliveira e sua irmã Maria Clementina da Paixão, ambas filhas do Padre Francisco Antônio e Antônia Maria da Paixão, casadas, respectivamente, com os irmãos cap. Joaquim José de Oliviera e Lúis Antonio de Oliveira, Visconde de Caldas. E mais, esses últimos irmãos eram filhos de Joaquim josé de Oliveira e de Rita Maria da Silva. Por outro lado, Rita era irmã de Thomé Ferreira da Silva, supostamente marido de Antônia Maria da Paixão, e foi quem, como sabemos, deu paternidade aos filhos do Pe. Francisco Antônio com dona Antônia Maria da Paixão. Concluindo, Rita Maria da Silva, irmã de Thomé, era, portanto, mãe de dois filhos que eram genros do Pe. Francisco Antônio. Por outro lado, Thomé Ferreira da Silva, o qual descende da Família Sousa, era primo em segundo grau, de Antônia Maria da Paixão (Martins, 1990 p.1). Assim, supomos que Thomé tenha consentido, por razões familiares (dois dos genros do Pe. Francisco Antônio era seus sobrinhos e a própria Antônia Maria da Paixão sua prima) em assumir a paternidade dos filhos do Pe. Francisco Antônio com Antônia Maria da Paixão." No óbito de Thomé Ferreira da Silva, teria sido casado com Antônia de Tal. Óbito em São Thomé das Lettras, 1837, morador na Fazenda do Sobrado.

Mais lidas no site

Tabela Cronológica 10 - Carmo da Cachoeira

Tabela 10 - de 1800 até o Reino Unido - 1815 - Elevação do Brasil a Reino Unido de Portugal, Brasil e Algarves - 1815 ü 30/Jan – capitão Manuel de Jesus Pereira foi nomeado comandante da Cia. de Ordenanças da ermida de Campo Lindo; e ü instalada a vila de Jacuí . 1816 1816-1826 – Reinado de Dom João VI – após a Independência em 1822, D. João VI assumiu a qualidade e dignidade de imperador titular do Brasil de jure , abdicando simultaneamente dessa coroa para seu filho Dom Pedro I . ü Miguel Antônio Rates disse que pretendia se mudar para a paragem do Mandu . 1817 17/Dez – Antônio Dias de Gouveia deixou viúva Ana Teresa de Jesus . A família foi convocada por peritos para a divisão dos bens, feita e assinada na paragem da Ponte Falsa . 1818 ü Fazendeiros sul-mineiros requereram a licença para implementação da “ Estrada do Picu ”, atravessando a serra da Mantiqueira e encontrando-se com a que vinha da Província de São Paulo pelo vale do Paraíba em direção ao Rio de Janeiro, na alt...

A organização do quilombo.

O quilombo funcionava de maneira organizada, suas leis eram severas e os atos mais sérios eram julgados na Aldeia de Sant’Anna pelos religiosos. O trabalho era repartido com igualdade entre os membros do quilombo, e de acordo com as qualidades de que eram dotados, “... os habitantes eram divididos e subdivididos em classes... assim havia os excursionistas ou exploradores; os negociantes, exportadores e importadores; os caçadores e magarefes; os campeiro s ou criadores; os que cuidavam dos engenhos, o fabrico do açúcar, aguardente, azeite, farinha; e os agricultores ou trabalhadores de roça propriamente ditos...” T odos deviam obediência irrestrita a Ambrósio. O casamento era geral e obrigatório na idade apropriada. A religião era a católica e os quilombolas, “...Todas as manhãs, ao romper o dia, os quilombolas iam rezar, na igreja da frente, a de perto do portão, por que a outra, como sendo a matriz, era destinada ás grandes festas, e ninguém podia sair para o trabalho antes de cump...

A família do Pe. Manoel Francisco Maciel em Minas.

A jude-nos a contar a história de Carmo da Cachoeira. Aproveite o espaço " comentários " para relatar algo sobre esta foto, histórias, fatos e curiosidades. Assim como casos, fatos e dados históricos referentes a nossa cidade e região. Próxima imagem: Sete de Setembro em Carmo da Cachoeira em 1977. Imagem anterior: Uma antiga família de Carmo da Cachoeira.

Mais lidas nos últimos 30 dias

Natal, memória e partilha em Carmo da Cachoeira

Talvez uma das coisas de que a professora Leonor Rizzi mais gostasse em Carmo da Cachoeira fossem as festividades cristãs . Via nelas não apenas a beleza dos ritos, mas, sobretudo, o protagonismo e a visibilidade que conferiam às pessoas da comunidade, tantas vezes deixadas à margem da memória histórica e cultural. Graças à homenagem póstuma oferecida pela Câmara Municipal a Dona Leonor, por iniciativa da vereadora Maria Beatriz Reis Mendes (Bia), revisitei a cidade. Confesso que a primeira parada no “ Estação Café com Arte ”, no Bairro da Estação , indicada pela própria vereadora, teve algo de peregrinação afetiva: eu caminhava pelos espaços tentando adivinhar o que, ali, chamaria mais a atenção de Leonor. Foi então que encontrei algo que, tenho certeza, a encantaria: a confecção artesanal do frontão do palco do Auto de Natal deste ano. Naquele trabalho paciente das mãos, na madeira, na tinta e nos detalhes, reconheci o mesmo espírito que atravessava os textos que ela escreveu, n...

Carmo da Cachoeira: o centro cultural Café Estação com Arte

O Bairro da Estação que a Profª Leonor sonhou Hoje, quem chega ao bairro da Estação, em Carmo da Cachoeira , encontra um espaço acolhedor: as antigas ruínas da ferrovia se transformaram em um pequeno centro de cultura e turismo em torno do “ Estação Café com Arte ” . Onde antes havia paredes caindo e abandono, há agora um lugar vivo, que recebe visitantes, conversa com a memória e faz a paisagem respirar de outro modo. Este texto nasce justamente desse contraste: da lembrança de uma Estação em ruínas à experiência recente de rever o local totalmente recuperado, por ocasião da homenagem prestada à professora Leonor Rizzi pela Câmara Municipal , por iniciativa da vereadora cachoeirense Maria Beatriz Reis Mendes (Bia) . A impressão é imediata: poucas coisas a alegrariam tanto quanto ver esse lugar, que a marcou pela ruína, renascer como polo de cultura. Foto original recuperada por IA de Evando Pazzini Para compreender o significado disso, recorremos aos próprios textos de Leonor sobr...

Carmo da Cachoeira – de 1815 até 1821

Publicada em 15 de fevereiro de 2008 pela professora Leonor Rizzi , esta tabela acompanha um período curto em anos, mas denso em mudanças: é o momento em que o Brasil deixa de ser apenas colônia para integrar o Reino Unido de Portugal, Brasil e Algarves (1815), vê a circulação do café avançar sobre Minas, assiste à transformação de capitanias em províncias e presencia o retorno da Corte a Lisboa. Enquanto os livros de história contam esse processo em linhas gerais, aqui o movimento é visto através de lupa: nomes de fazendas, vilas recém-instaladas, estradas requisitadas, inventários, listas de moradores e decisões administrativas que moldam o sul de Minas. Talvez por isso esta tenha se tornado, ao longo dos anos, a tabela mais procurada no site, foram 66.800 acessos: nela se cruzam a visão macro da política imperial e os detalhes concretos de lugares como Campo Lindo , Ponte Falsa , Serra do Carmo da Cachoeira , Varginha ainda chamada Espírito Santo das Catanduvas . O que em manuais ...

Carmo da Cachoeira de 1800 até 1814

Carmo da Cachoeire: Leonor Rizzi e o poder do conhecimento histórico local Publicado neste site em 5 de fevereiro de 2009, o quadro intitulado “ Tabela Cronológica 9 – de 1800 até o Reino Unido ” , elaborado pela professora Leonor Rizzi , é mais do que uma sequência de datas: é um exercício de reconstrução paciente da história local a partir de vestígios dispersos. Em vez de olhar apenas para o “grande cenário” do Império português e das transformações políticas do início do século XIX, a autora acompanha, em detalhe, o que se passava na região que hoje reconhecemos como Carmo da Cachoeira : fazendas que se consolidam, capelas que se erguem, famílias que se fixam, instituições que se organizam. Esse tipo de pesquisa minuciosa, ancorada em registros paroquiais, inventários, sesmarias e documentação administrativa, devolve à comunidade algo que costuma ser monopolizado pelos manuais escolares: o direito de se reconhecer como sujeito da própria história. Ao relacionar acontecimentos lo...

Leonor Rizzi: O Legado do Projeto Partilha

Um Resgate da Memória de Carmo da Cachoeira A história de um povo é construída não apenas por grandes eventos, mas pelo cotidiano, pela fé e pelo esforço de seus antepassados. Em Carmo da Cachoeira , essa máxima foi levada a sério através de uma iniciativa exemplar de preservação e descoberta: o Projeto Partilha . Liderado pela Profª Leonor Rizzi , o projeto destacou-se pelo rigor acadêmico e pela paixão histórica. O intuito era pesquisar a fundo a origem de Carmo da Cachoeira, indo além do óbvio. A investigação buscou a documentação mais longínqua em fontes primárias, estendendo-se desde arquivos em Portugal até registros no Brasil, mantendo contato constante com pesquisadores de centros históricos como Porto , Mariana , Ouro Preto e São Paulo . A metodologia do projeto foi abrangente. Além da consulta a documentos genealógicos digitais, houve um trabalho minucioso nos Livros de Diversas Paróquias e Dioceses . Neste ponto, a colaboração eclesiástica foi fundamental: o clero da Paróq...

Mais Lidas nos Últimos Dias

Natal, memória e partilha em Carmo da Cachoeira

Talvez uma das coisas de que a professora Leonor Rizzi mais gostasse em Carmo da Cachoeira fossem as festividades cristãs . Via nelas não apenas a beleza dos ritos, mas, sobretudo, o protagonismo e a visibilidade que conferiam às pessoas da comunidade, tantas vezes deixadas à margem da memória histórica e cultural. Graças à homenagem póstuma oferecida pela Câmara Municipal a Dona Leonor, por iniciativa da vereadora Maria Beatriz Reis Mendes (Bia), revisitei a cidade. Confesso que a primeira parada no “ Estação Café com Arte ”, no Bairro da Estação , indicada pela própria vereadora, teve algo de peregrinação afetiva: eu caminhava pelos espaços tentando adivinhar o que, ali, chamaria mais a atenção de Leonor. Foi então que encontrei algo que, tenho certeza, a encantaria: a confecção artesanal do frontão do palco do Auto de Natal deste ano. Naquele trabalho paciente das mãos, na madeira, na tinta e nos detalhes, reconheci o mesmo espírito que atravessava os textos que ela escreveu, n...

Carmo da Cachoeira: o centro cultural Café Estação com Arte

O Bairro da Estação que a Profª Leonor sonhou Hoje, quem chega ao bairro da Estação, em Carmo da Cachoeira , encontra um espaço acolhedor: as antigas ruínas da ferrovia se transformaram em um pequeno centro de cultura e turismo em torno do “ Estação Café com Arte ” . Onde antes havia paredes caindo e abandono, há agora um lugar vivo, que recebe visitantes, conversa com a memória e faz a paisagem respirar de outro modo. Este texto nasce justamente desse contraste: da lembrança de uma Estação em ruínas à experiência recente de rever o local totalmente recuperado, por ocasião da homenagem prestada à professora Leonor Rizzi pela Câmara Municipal , por iniciativa da vereadora cachoeirense Maria Beatriz Reis Mendes (Bia) . A impressão é imediata: poucas coisas a alegrariam tanto quanto ver esse lugar, que a marcou pela ruína, renascer como polo de cultura. Foto original recuperada por IA de Evando Pazzini Para compreender o significado disso, recorremos aos próprios textos de Leonor sobr...

Carmo da Cachoeira – de 1815 até 1821

Publicada em 15 de fevereiro de 2008 pela professora Leonor Rizzi , esta tabela acompanha um período curto em anos, mas denso em mudanças: é o momento em que o Brasil deixa de ser apenas colônia para integrar o Reino Unido de Portugal, Brasil e Algarves (1815), vê a circulação do café avançar sobre Minas, assiste à transformação de capitanias em províncias e presencia o retorno da Corte a Lisboa. Enquanto os livros de história contam esse processo em linhas gerais, aqui o movimento é visto através de lupa: nomes de fazendas, vilas recém-instaladas, estradas requisitadas, inventários, listas de moradores e decisões administrativas que moldam o sul de Minas. Talvez por isso esta tenha se tornado, ao longo dos anos, a tabela mais procurada no site, foram 66.800 acessos: nela se cruzam a visão macro da política imperial e os detalhes concretos de lugares como Campo Lindo , Ponte Falsa , Serra do Carmo da Cachoeira , Varginha ainda chamada Espírito Santo das Catanduvas . O que em manuais ...