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Um governo de oposição ao Palácio da Liberdade.


Para as eleições de 23 de novembro de 1962, desfeita a coligação que havia vigorado em Carmo da Cachoeira nos dois pleitos anteriores, a UDN apresentou como seu candidato ao cargo de Prefeito, o nome do Dr. Moacir Rezende, enquanto o PSD lançava o Sr. Saul de Oliveira Vilela.

A campanha política ia correndo normalmente e quando mais animada se tornava, quase nas vésperas da eleição, um fato lutuoso veio, até certo ponto, esfriar o ardor combativo das duas facções adversárias, pois veio a falecer repentinamente em Três Corações, onde residia, o Dr. Moacir Rezende. A sua morte abalou profundamente os cachoeirenses, sem distinção de cor partidária, mas a campanha deveria prosseguir e a UDN voltou à luta apresentando como novo candidato o Dr. Joaquim Fernandes de Vilhena Reis1.

Realizadas as eleições, foi vitorioso o candidato do PSD, Sr. Saul de Oliveira Vilela, que a 1º de fevereiro de 1963 tornava posse do cargo.

Nos dois primeiros anos de seu governo encontrou o Sr. Saul de Oliveira Vilela sérios obstáculos à sua administração, porque não contava com o apoio do Governo do Estado, então sob a chefia do Sr. Magalhães Pinto. Mesmo assim realizou o Prefeito boa administração:

- calçou alguns trechos de ruas;
- conseguiu a instalação do Telégrafo Nacional na Agência Postal locas;
- providenciou a mudança da Prefeitura para o local onde ainda hoje [1975] se encontra;
- mandou fazer e colocou 10 mata-burros de ferro;
- não descuidou da conservação das estradas municipais;
- construiu, com a cooperação de fazendeiros da vizinhança, no Rio Cervo, uma ponte na estrada para Luminárias; e
- últimos tempos de sua gestão, iniciou a construção da Praça do Carmo, que deixou praticamente concluída.

Foi durante o governo do Sr. Vilela que a Revolução de Março de 64 veio, pelo menos temporariamente, livrar o Brasil da baderna subversiva orientada e dirigida por estes mesmos homens que atualmente [1975] por ai se encontram na crista da onda, falando grosso e soltando livremente entrevistas nos jornais, no rádio e na televisão.

Prof Wanderley Ferreira de Rezende

trecho do Livro: Carmo da Cachoeira: Origem e Desenvolvimento.

Próxima matéria: Várias versões, mesmo fato, assim se faz a história.
Matéria Anterior: Carmo da Cachoeira e o governo do militar.

1. Em 1963, Joaquim Fernandes de Vilhena Reis é um dos signatários da Ata da sessão de instalação do município de São Bento Abade.

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