Pular para o conteúdo principal

A venda da Fazenda Campo Formozo.

Escriptura de compra e venda que faz o Ten. Cel. José Fernandes Avelino e sua mulher Dona Maria Clara Umbelina (...) compradores o Coronel Luiz Antonio de Oliveira por seu procurador Pe. Joaquim José de Oliveira Filho. (...) a sua fazenda denominada, Campo Formozo, que se compõem de Campos e Capoeiras e uma pequena benfeitoria no lugar denominado, Tijuco Preto, cujas confrontações são as seguintes: principiando onde faz barra o Córrego do Tijuco Preto no Ribeirão da Lage, e seguindo pelo mesmo correguinho o Tijuco té a primeira Barrinha que vem da capoeira do Estreito, e por este correguinho acima ao Vallo, e por este a outra Cabeceira do Correguinho do Capão e por este abaixo té a barra do Correguinho da Capoeira dos Pinheiros, e por este acima té a primeira barra do Correguinho que vem do Assombrado e por este assima ao Vallo Cabeceira do mesmo e por este vallo a encontrar o Vallo das suas porteiras, dividindo neste rumo com os compradores, e seguindo o vallo das duas porteiras atravessando a estrada a uma cova que se acha na beira do mesmo vallo, dividindo neste rumo com o Tenente Gabriel Flávio da Costa, e da dita Cova em rumo a ganhar o espigão e seguindo este (...) vertentes té uma Cova que se acha na beira do vallo da Chapada ao lado direito da Porteira e desta, em rumo direito a outra Cova que se acha na beira a Vallo que serve de feixo as Capoeiras da Chapada e seguindo este mesmo vallo a encontrar outro que vem do lado do Cattêto dividindo neste mesmo com Domiciniano Ferreira de Oliveira (Domiciano), e seguindo pouca distância pelo Vallo que vem do Cattêto a encontrar o Vallo que vem da Capoeria do Canavial e seguindo por este mesmo Vallo que vem da Capoeira a encontrar o que vem das Içaras, e seguindo esta abeirando a capoeria e deixando o vallo abeirando a mesma Capoeira té onde finda um campestre, e entrando na Capoeira, pelo espigão agoas vertentes té o vallo que vem do mato do Vinho, dividindo neste rumo com José Ignácio de Santa Anna (...) e seguindo o mato digo o vallo que vem do matto do vinho a esquerda té frontear uma cerca onde tem uma cova e desta em rumo direito a outra cova na beira do capão, e seguindo pela beira desta té outra cova que se acha na beira do mesmo, e desta pelo vallo abaixo do correguinho e por este abaixo té (ilegível) de um capãozinho, e por este correguinho acima a cabeceira do mesmo capãozinho onde tem uma cova e desta atravessando o espigão em rumo direito a cabeceira de um córrego seco da direita, e por este abaixo ao Ribeirão da Lage, e por este abaixo té a barra do córrego Tijuco Preto onde teve princípio esta demarcação, dividindo em parte com os compradores e as terras assim demarcadas vendemos (...) Terras Campo Formozo da Freguesia da Cachoeira (...) pela quantia de quinze contos de réis (...).
(...) Eu passo a Rezente é gozando do privilégio que me garante o pôsto que occupo na Guarda Nacional. Fazenda do Jardim, 24 de fevereiro de 1862. Testemunhas presentes: José Esteves dos Reis e Silva e João José do Nascimento. Francisco de Paula Cândido Escrivão interino de notas nesta Freguezia da Cachoeira do Carmo.

Projeto Partilha - Leonor Rizzi

Próxima matéria: Tomé Venâncio e alguns de seus descendentes.
Artigo Anterior: Abertura do livro nº 4 - Escripturas 1869 a 1873.

Fonte: fls.02 e 02v. do Livro N.4

Comentários

projeto partilha disse…
Livro de N.4, fls.07 e 07v. Troca Capitão Antonio Joaquim Alves e sua mulher Maria Carolina de Gouveia e Antonio Severiano de Gouveia e sua mulher Joanna Maria de Jesus, em 02/07/1869, Fazenda da Barra no lugar denominado do Capão das Favas que houverão por arrematação em praça, da massa falida de Antonio de Abreo Coutinho. Os segundos (...) na Fazenda Maranhão e Formiga que houverão por compra a Joaquim Correia Afonço e sua mulher e a Joaquim Correia Affonço Júnior e sua mulher. Assina Joaquim José da Costa Sobrinho arrogo de dona Joanna Maria de Jesus por não saber ler nem escrever. Testemunhos: João Baptista Alves e João Maria Esteves. Aureliano José Mendes, escrivão de Juiz de Paz.
projeto partilha disse…
Livro N.4, fls.14, registro de venda onde aparece como vendedor Joaquim Theófilo Bottrel e sua mulher dona Francisca de Paula e Oliveira ao Alferes Marcelino dos Reis. A venda aconteceu na casa do Alferes Domingos Marcelino dos Reis, falecido em 1872, na Fazenda da Serra, Carmo da Cachoeira, Minas Gerais. Domingos foi casado com Felícia Constança de Figueiredo que após enviuvar-se contraiu segundas núpcias com José dos Reis Silva Rezende. José Fernandes Avelino aparece como louvado no inventário de Domingos Marcelino dos Reis. O inventário teve início em 7 de fevereiro de 1873, na Fazenda da Serra, distrito de Carmo da Cachoeira, Termo de Lavras do Funil.
A família Bottrel, descendente de franceses, através de uma filha de João Augusto Bottrel, ligou-se a família "Sousa Reis" e Sandy. Essas famílias estão ligadas a Varginha, Três Pontas e Carmo da Cachoeira, no sul de Minas Gerais.
projeto partilha disse…
Livro N.4 fls.14v. (...) Francisco José de Oliveira, por herança de sogro, sogra Carlos Alexandre Romão Botrel/Bottrel e sua mulher, juntamente por Anna de Tal, por herança de sua finada mulher dona Clementina Maria das Dores, assim como tão bem a parte que lhe foi remida do Capitão Silvestre Alves de Azevedo (...)
projeto partilha disse…
Francisco José de Oliveira é filho do capitão Silvestre Alves de Azevedo e Antonia Miquilina do Nascimento, Cf.: Vida Escolar - Windows Internet Explorer, em www.museu.ufla.br/vola12.htm
A família Azevedo teve por estirpe o sargento-mor João de Deus Alves de Azevedo, lavrador, falecido em 1823, com 71 anos. Natural de São João Del Rei onde foi criado na casa do coronel Constantino Alves de Azevedo. João de Deus e dona Maria do Nascimento foram pais, entre outros, de Silvestre Alves Azevedo.
Augusto José da Silva, sobrinho do Capitão Silvestre rende-lhe homenagens no ano de 1872. Foi por ocasião da defesa de sua tese de doutorado em Medicina no Rio de Janeiro. Diz ele:
A MEU TIO E AMIGO, SR. SILVESTRE ALVES DE AZEVEDO. Cf.: www.siaapm.cultura.mg.gov.br/acervo/teses

Mais lidas no site

Tabela Cronológica 10 - Carmo da Cachoeira

Tabela 10 - de 1800 até o Reino Unido - 1815 - Elevação do Brasil a Reino Unido de Portugal, Brasil e Algarves - 1815 ü 30/Jan – capitão Manuel de Jesus Pereira foi nomeado comandante da Cia. de Ordenanças da ermida de Campo Lindo; e ü instalada a vila de Jacuí . 1816 1816-1826 – Reinado de Dom João VI – após a Independência em 1822, D. João VI assumiu a qualidade e dignidade de imperador titular do Brasil de jure , abdicando simultaneamente dessa coroa para seu filho Dom Pedro I . ü Miguel Antônio Rates disse que pretendia se mudar para a paragem do Mandu . 1817 17/Dez – Antônio Dias de Gouveia deixou viúva Ana Teresa de Jesus . A família foi convocada por peritos para a divisão dos bens, feita e assinada na paragem da Ponte Falsa . 1818 ü Fazendeiros sul-mineiros requereram a licença para implementação da “ Estrada do Picu ”, atravessando a serra da Mantiqueira e encontrando-se com a que vinha da Província de São Paulo pelo vale do Paraíba em direção ao Rio de Janeiro, na alt...

A organização do quilombo.

O quilombo funcionava de maneira organizada, suas leis eram severas e os atos mais sérios eram julgados na Aldeia de Sant’Anna pelos religiosos. O trabalho era repartido com igualdade entre os membros do quilombo, e de acordo com as qualidades de que eram dotados, “... os habitantes eram divididos e subdivididos em classes... assim havia os excursionistas ou exploradores; os negociantes, exportadores e importadores; os caçadores e magarefes; os campeiro s ou criadores; os que cuidavam dos engenhos, o fabrico do açúcar, aguardente, azeite, farinha; e os agricultores ou trabalhadores de roça propriamente ditos...” T odos deviam obediência irrestrita a Ambrósio. O casamento era geral e obrigatório na idade apropriada. A religião era a católica e os quilombolas, “...Todas as manhãs, ao romper o dia, os quilombolas iam rezar, na igreja da frente, a de perto do portão, por que a outra, como sendo a matriz, era destinada ás grandes festas, e ninguém podia sair para o trabalho antes de cump...

A família do Pe. Manoel Francisco Maciel em Minas.

A jude-nos a contar a história de Carmo da Cachoeira. Aproveite o espaço " comentários " para relatar algo sobre esta foto, histórias, fatos e curiosidades. Assim como casos, fatos e dados históricos referentes a nossa cidade e região. Próxima imagem: Sete de Setembro em Carmo da Cachoeira em 1977. Imagem anterior: Uma antiga família de Carmo da Cachoeira.

Mais lidas nos últimos 30 dias

Natal, memória e partilha em Carmo da Cachoeira

Talvez uma das coisas de que a professora Leonor Rizzi mais gostasse em Carmo da Cachoeira fossem as festividades cristãs . Via nelas não apenas a beleza dos ritos, mas, sobretudo, o protagonismo e a visibilidade que conferiam às pessoas da comunidade, tantas vezes deixadas à margem da memória histórica e cultural. Graças à homenagem póstuma oferecida pela Câmara Municipal a Dona Leonor, por iniciativa da vereadora Maria Beatriz Reis Mendes (Bia), revisitei a cidade. Confesso que a primeira parada no “ Estação Café com Arte ”, no Bairro da Estação , indicada pela própria vereadora, teve algo de peregrinação afetiva: eu caminhava pelos espaços tentando adivinhar o que, ali, chamaria mais a atenção de Leonor. Foi então que encontrei algo que, tenho certeza, a encantaria: a confecção artesanal do frontão do palco do Auto de Natal deste ano. Naquele trabalho paciente das mãos, na madeira, na tinta e nos detalhes, reconheci o mesmo espírito que atravessava os textos que ela escreveu, n...

Carmo da Cachoeira: o centro cultural Café Estação com Arte

O Bairro da Estação que a Profª Leonor sonhou Hoje, quem chega ao bairro da Estação, em Carmo da Cachoeira , encontra um espaço acolhedor: as antigas ruínas da ferrovia se transformaram em um pequeno centro de cultura e turismo em torno do “ Estação Café com Arte ” . Onde antes havia paredes caindo e abandono, há agora um lugar vivo, que recebe visitantes, conversa com a memória e faz a paisagem respirar de outro modo. Este texto nasce justamente desse contraste: da lembrança de uma Estação em ruínas à experiência recente de rever o local totalmente recuperado, por ocasião da homenagem prestada à professora Leonor Rizzi pela Câmara Municipal , por iniciativa da vereadora cachoeirense Maria Beatriz Reis Mendes (Bia) . A impressão é imediata: poucas coisas a alegrariam tanto quanto ver esse lugar, que a marcou pela ruína, renascer como polo de cultura. Foto original recuperada por IA de Evando Pazzini Para compreender o significado disso, recorremos aos próprios textos de Leonor sobr...

Carmo da Cachoeira – de 1815 até 1821

Publicada em 15 de fevereiro de 2008 pela professora Leonor Rizzi , esta tabela acompanha um período curto em anos, mas denso em mudanças: é o momento em que o Brasil deixa de ser apenas colônia para integrar o Reino Unido de Portugal, Brasil e Algarves (1815), vê a circulação do café avançar sobre Minas, assiste à transformação de capitanias em províncias e presencia o retorno da Corte a Lisboa. Enquanto os livros de história contam esse processo em linhas gerais, aqui o movimento é visto através de lupa: nomes de fazendas, vilas recém-instaladas, estradas requisitadas, inventários, listas de moradores e decisões administrativas que moldam o sul de Minas. Talvez por isso esta tenha se tornado, ao longo dos anos, a tabela mais procurada no site, foram 66.800 acessos: nela se cruzam a visão macro da política imperial e os detalhes concretos de lugares como Campo Lindo , Ponte Falsa , Serra do Carmo da Cachoeira , Varginha ainda chamada Espírito Santo das Catanduvas . O que em manuais ...

Carmo da Cachoeira de 1800 até 1814

Carmo da Cachoeire: Leonor Rizzi e o poder do conhecimento histórico local Publicado neste site em 5 de fevereiro de 2009, o quadro intitulado “ Tabela Cronológica 9 – de 1800 até o Reino Unido ” , elaborado pela professora Leonor Rizzi , é mais do que uma sequência de datas: é um exercício de reconstrução paciente da história local a partir de vestígios dispersos. Em vez de olhar apenas para o “grande cenário” do Império português e das transformações políticas do início do século XIX, a autora acompanha, em detalhe, o que se passava na região que hoje reconhecemos como Carmo da Cachoeira : fazendas que se consolidam, capelas que se erguem, famílias que se fixam, instituições que se organizam. Esse tipo de pesquisa minuciosa, ancorada em registros paroquiais, inventários, sesmarias e documentação administrativa, devolve à comunidade algo que costuma ser monopolizado pelos manuais escolares: o direito de se reconhecer como sujeito da própria história. Ao relacionar acontecimentos lo...

Leonor Rizzi: O Legado do Projeto Partilha

Um Resgate da Memória de Carmo da Cachoeira A história de um povo é construída não apenas por grandes eventos, mas pelo cotidiano, pela fé e pelo esforço de seus antepassados. Em Carmo da Cachoeira , essa máxima foi levada a sério através de uma iniciativa exemplar de preservação e descoberta: o Projeto Partilha . Liderado pela Profª Leonor Rizzi , o projeto destacou-se pelo rigor acadêmico e pela paixão histórica. O intuito era pesquisar a fundo a origem de Carmo da Cachoeira, indo além do óbvio. A investigação buscou a documentação mais longínqua em fontes primárias, estendendo-se desde arquivos em Portugal até registros no Brasil, mantendo contato constante com pesquisadores de centros históricos como Porto , Mariana , Ouro Preto e São Paulo . A metodologia do projeto foi abrangente. Além da consulta a documentos genealógicos digitais, houve um trabalho minucioso nos Livros de Diversas Paróquias e Dioceses . Neste ponto, a colaboração eclesiástica foi fundamental: o clero da Paróq...

Mais Lidas nos Últimos Dias

Natal, memória e partilha em Carmo da Cachoeira

Talvez uma das coisas de que a professora Leonor Rizzi mais gostasse em Carmo da Cachoeira fossem as festividades cristãs . Via nelas não apenas a beleza dos ritos, mas, sobretudo, o protagonismo e a visibilidade que conferiam às pessoas da comunidade, tantas vezes deixadas à margem da memória histórica e cultural. Graças à homenagem póstuma oferecida pela Câmara Municipal a Dona Leonor, por iniciativa da vereadora Maria Beatriz Reis Mendes (Bia), revisitei a cidade. Confesso que a primeira parada no “ Estação Café com Arte ”, no Bairro da Estação , indicada pela própria vereadora, teve algo de peregrinação afetiva: eu caminhava pelos espaços tentando adivinhar o que, ali, chamaria mais a atenção de Leonor. Foi então que encontrei algo que, tenho certeza, a encantaria: a confecção artesanal do frontão do palco do Auto de Natal deste ano. Naquele trabalho paciente das mãos, na madeira, na tinta e nos detalhes, reconheci o mesmo espírito que atravessava os textos que ela escreveu, n...

Carmo da Cachoeira: o centro cultural Café Estação com Arte

O Bairro da Estação que a Profª Leonor sonhou Hoje, quem chega ao bairro da Estação, em Carmo da Cachoeira , encontra um espaço acolhedor: as antigas ruínas da ferrovia se transformaram em um pequeno centro de cultura e turismo em torno do “ Estação Café com Arte ” . Onde antes havia paredes caindo e abandono, há agora um lugar vivo, que recebe visitantes, conversa com a memória e faz a paisagem respirar de outro modo. Este texto nasce justamente desse contraste: da lembrança de uma Estação em ruínas à experiência recente de rever o local totalmente recuperado, por ocasião da homenagem prestada à professora Leonor Rizzi pela Câmara Municipal , por iniciativa da vereadora cachoeirense Maria Beatriz Reis Mendes (Bia) . A impressão é imediata: poucas coisas a alegrariam tanto quanto ver esse lugar, que a marcou pela ruína, renascer como polo de cultura. Foto original recuperada por IA de Evando Pazzini Para compreender o significado disso, recorremos aos próprios textos de Leonor sobr...

Carmo da Cachoeira – de 1815 até 1821

Publicada em 15 de fevereiro de 2008 pela professora Leonor Rizzi , esta tabela acompanha um período curto em anos, mas denso em mudanças: é o momento em que o Brasil deixa de ser apenas colônia para integrar o Reino Unido de Portugal, Brasil e Algarves (1815), vê a circulação do café avançar sobre Minas, assiste à transformação de capitanias em províncias e presencia o retorno da Corte a Lisboa. Enquanto os livros de história contam esse processo em linhas gerais, aqui o movimento é visto através de lupa: nomes de fazendas, vilas recém-instaladas, estradas requisitadas, inventários, listas de moradores e decisões administrativas que moldam o sul de Minas. Talvez por isso esta tenha se tornado, ao longo dos anos, a tabela mais procurada no site, foram 66.800 acessos: nela se cruzam a visão macro da política imperial e os detalhes concretos de lugares como Campo Lindo , Ponte Falsa , Serra do Carmo da Cachoeira , Varginha ainda chamada Espírito Santo das Catanduvas . O que em manuais ...