S egundo o 21° Anuário Eclesiástico da Diocese de Campanha , em texto cuja autoria é atribuída ao Monsenhor Lefort , o mais antigo documento que se tem conhecimento a respeito de Nossa Senhora do Carmo em Carmo da Cachoeira é um registro de casamento colhido pelo genealogista Ari Florenzano , que transcrevemos: “ Aos onze dias do mês de novembro do ano de mil oitocentos e dezenove , na Ermida de Nossa Senhora do Carmo da Fazenda da Serra do Carmo da Cachoeira , desta freguesia de São João Del Rey , receberam em matrimônio os contraentes Jerônimo José Rodrigues , viúvo que ficou pelo falecimento de sua primeira mulher Ana Joaquina de Jesus , com Antonia Maria de Assunção , filha legítima de Tomaz Mendes e Juliana Maria de Almeida , natural e batizada na freguesia de Santa Rita, filial desta Matriz de São João Del Rey ”. S e observarmos com atenção o que está escrito no registro, verificamos que a tal ermida se localizava na “ Fazenda da Serra, na Freguesia de São João Del Rei ”. Ora,...
Talvez uma das coisas de que a professora Leonor Rizzi mais gostasse em Carmo da Cachoeira fossem as festividades cristãs . Via nelas não apenas a beleza dos ritos, mas, sobretudo, o protagonismo e a visibilidade que conferiam às pessoas da comunidade, tantas vezes deixadas à margem da memória histórica e cultural. Graças à homenagem póstuma oferecida pela Câmara Municipal a Dona Leonor, por iniciativa da vereadora Maria Beatriz Reis Mendes (Bia), revisitei a cidade. Confesso que a primeira parada no “ Estação Café com Arte ”, no Bairro da Estação , indicada pela própria vereadora, teve algo de peregrinação afetiva: eu caminhava pelos espaços tentando adivinhar o que, ali, chamaria mais a atenção de Leonor. Foi então que encontrei algo que, tenho certeza, a encantaria: a confecção artesanal do frontão do palco do Auto de Natal deste ano. Naquele trabalho paciente das mãos, na madeira, na tinta e nos detalhes, reconheci o mesmo espírito que atravessava os textos que ela escreveu, n...