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O coronel Antônio José Rabello e Campos.

O Cel. Antônio José Rabello e Campos era uma pessoa de porte altivo, estatura mediana e tez e olhos claros. Possuía grande cultura geral e inteligência aguçada. Dominava o latim, o francês e o inglês. Nascido em Lavras do Funil, filho de Antônio Rabello Silva Pereira e Ana Rosa Silvéria de Jesus e Campos, casado com Joana Gonçalves de Araújo. Os Rabellos e os Campos transferiram suas residências para Três Pontas, por volta de 1820, que, na época, era um pequeno arraial. Não foi possível precisar a data exata dessa mudança.

Sabe-se apenas que o Cel. Rabello Campos despontou como grande líder político, por ocasião da elevação do curato de Três Pontas à freguesia, em 1832. Rabellinho, como era conhecido, é considerado o mais importante político de todos os tempos em Três Pontas. Graças as suas ligações com os próceres da Província de Minas Gerais, conseguiu a elevação da então freguesia à vila, em 1 de abril de 1841. Participou da Revolução de 1842. No início como combatente ao lado das forças legalistas e, no decorrer da batalha, abandonando as armas, passou a socorrer feridos nos combates, mercês de seus conhecimentos práticos de medicina.

Em 3 de julho de 1857, graças ao seu prestígio político, a vila foi elevada à cidade. O cel. Rabello e Campos foi deputado provincial, presidente da Câmara Municipal de Três Pontas, agricultor, cultivando juntamente com seu tio Luiz da Silva Campos, na fazenda do Parreiral, mais de vinte castas de uvas destinadas a uma fábrica ali existente de licores e vinhos de qualidade. Acredita-se ter sido ele um dos primeiros cafeicultores do município, por volta de 1845. Foi o fundador do primeiro jornal a circular na cidade, tendo por companheiro de redação o Alferes Custódio Vieira de Brito. A primeira edição data de 21 de outubro de 1861, com o nome de "Estrella Mineira". Quando deputado, apresentou o projeto de lei n.1, propondo a criação de Escolas Agrícolas em toda a Província de Minas Gerais, tendo as cadeiras de Química e Botânica aplicadas à agricultura. O curso deveria ter uma duração de três anos.

Não obstante tantos serviços prestados à comunidade, ele é pouco lembrado pelos trespontanos, não se sabendo sequer a data de seu nascimento e de sua morte. Sabe-se tão somente que em 1873 já era falecido. Foi sepultado no antigo cemitério, porém seu neto, o professor Alpídio Rabello, trasladou seus restos mortais para o túmulo da família, no Cemitério Municipal da cidade.

Comentários

paulo costa campos disse…
AGRICULTURA - A agricultura, desde o final do século XVIII, foi a principal atividade nesta região de Três Pontas, Minas Gerais. Brasil. Plantavam-se cereais, algodão, cana de açúcar e fumo. A partir de 1860, mais de vinte castas de uvas foram cultivadas no município, principalmente para o fabrico de vinho. Esta cultura teve sua maior expressão na Fazenda do Parreiral, cujos sócios Cel. Antônio José Rabello Campos e seu tio Luiz da Silva Campos mantiveram, por vários anos, uma fábrica de vinhos e licores, segundo dados coligidos por Bernardo Saturnino da Veiga (Almanack Sul Mineiro - 1874).
paulo costa campos disse…
ARARAS - Ribeirão descoberto pelos Capitães Bartolomeu Bueno do Prado, Antônio Francisco França e outros, em setembro de 1760, quando de uma incursão entre os Rio Grande e Sapucaí, a fim de exterminar quilombos e à procura de ouro. Deram ao ribeirão o nome de "Araras", talvez por haver muitas dessas aves na região. O Ribeirão nasce a leste de Três Pontas, à distância de mais ou menos meia légua, corre para o norte, margeando a rodovia que liga esta cidade a Santana da Vargem e, após receber o Córrego do Carvalho, toma a direção oeste, cortando a cidade, nos Bairros Santa Edwiges, Santa Inês, Padre Victor, Peret, Ouro Verde e outros menores, em toda a sua extensão. Continuando o seu curso, passa nas proximidades do antigo QUILOMBO, hoje chamado Martinho Campos, desaguando na margem esquerda do Lago de Furnas (no antigo Rio Sapucaí), município de Campos Gerais, nas proximidades da cidade de Fama (MG), cidade esta situada à margem esquerda do Lago de Furnas. Atualmente, referem-se ao Ribeirão, erroneamente, como Ribeirão do Custodinho, no trecho entre as nascentes e a parte que corre paralelamente à Rodovia Padre Victor, até a ponte do Bairro Peret, na Rua Boa Esperança. A denominação se deve ao fato do referido trecho passar nas divisas da antiga Fazenda do Carvalho (hoje Santa Margarida), que pertenceu a Custódio Ferreira de Brito Júnior, conhecido como Custodinho.
paulo costa campos disse…
JOSÉ AUGUSTO ASSIS LIMA

Pessoa de grande saber jurídico, cumpridor de seus deveres e de grande prestígio na região. Filho de José Antônio de Lima e de Maria Idalina de Lima era natural da cidade de Nepomuceno - Minas Gerais. Participou ativamente da polícia, tendo sido eleito deputado à Assembléia do Estado de Minas Gerais, por dois mandatos. Exerceu a promotoria na cidade de Varginha, Minas Gerais, depois foi Juiz Municipal na cidade de Campos Gerais, Minas Gerais, termo da Comarca de Três Pontas, Minas Gerais. Finalmente, nomeado promotor desta Comarca de Três Pontas, onde permaneceu até sua morte. Casou-se com Sydneia Guimarães Lima, viúva do ex-Juiz de Direito, doutor Paulino Franco de Carvalho. O casal teve um filho ilustre, o doutor José Júlio Guimarães Lima, jurista de grande projeção no cenário nacional, principalmente no Estado de Goiás e em Brasília, Distrito Federal. (04-OUT-1870 - 14-JUN-1924).

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A família do Pe. Manoel Francisco Maciel em Minas.

A jude-nos a contar a história de Carmo da Cachoeira. Aproveite o espaço " comentários " para relatar algo sobre esta foto, histórias, fatos e curiosidades. Assim como casos, fatos e dados históricos referentes a nossa cidade e região. Próxima imagem: Sete de Setembro em Carmo da Cachoeira em 1977. Imagem anterior: Uma antiga família de Carmo da Cachoeira.

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