Em 9 de fevereiro de 2008, a Paróquia Nossa Senhora do Carmo, em Carmo da Cachoeira, registrou em palavras a gratidão a Monsenhor José Nunes Senador pelos seus cinquenta anos de vida sacerdotal. Poucos anos depois ele partiria, e, com o tempo, sua figura foi ficando mais discreta na memória pública. No entanto, quem conviveu com ele lembra bem do modo familiar com que tratava a todos e da facilidade com que transitava entre as famílias da cidade, conhecendo pessoas, histórias e caminhos.
Esse jeito próximo fez dele não só um pastor atento à comunidade, mas também uma ponte importante para o fortalecimento de grupos e comunidades ligadas à paróquia. Ao lado dele, muitas iniciativas pastorais tomaram forma; e, graças às histórias que contava e às pessoas que indicava, boa parte do trabalho de resgate da memória local realizado pela professora Leonor Rizzi pôde avançar em poucos anos o que, em condições normais, exigiria décadas de pesquisas de campo, tanto na área urbana quanto na zona rural.
Ao republicar o texto de 2008, recuperamos não apenas uma homenagem de aniversário de ordenação, mas um retrato de como Carmo da Cachoeira via seu pároco naquele momento. A seguir, transcreve-se o discurso proferido durante a cerimônia de bodas de ouro sacerdotais de Monsenhor Nunes.
Discurso proferido durante a cerimônia de bôdas de ouro de Monsenhor Nunes.
Cinquenta anos de vida sacerdotal.
Aquele chamado que tocou o coração do jovem permanece vivo e atuante até os dias de hoje, sinal da presença do Espírito Santo de Deus. É este Espírito que continua agindo, dia após dia, ano após ano, em José Nunes Senador, verdadeiro servo a serviço do Senhor. Quase 25 destes 50 anos foram vividos em nossa paróquia de Nossa Senhora do Carmo, através de um trabalho produtivo, tanto na parte física como na espiritual: construindo a galeria Francisco Nunes, o Salão Paroquial, o Sítio São José, as Capelas da Esperança e Vovó Santana, idealizando a festa de Nossa Senhora do Carmo, criando e dinamizando as diversas pastorais, comunidades rurais, grupos de jovens e a RCC. Metade de seu tempo como presbítero está fixada na história de Carmo da Cachoeira.
Se a felicidade for medida pelo número de amigos, o senhor é uma pessoa feliz; se for medida por suas obras, podemos afirmar o mesmo e, finalmente, se for medida por sua fé e devoção à nossa querida Mãe Maria, afirmamos, com certeza, que o senhor é muito feliz. Dentro de nossas limitações, como pequena paróquia, tivemos no senhor o privilégio de conviver com um grande realizador, de inteligência ímpar e, acima de tudo, um emérito orador, a abrilhantar celebrações e festividades.
Não precisamos falar muito, mas afirmar, convictos, perante todos, seus amigos e familiares, que lhe somos gratos, que lhe dedicamos uma amizade sincera, que o senhor continua presente em nossas orações e em nossos corações, que até as próximas gerações saberão do amor de Carmo da Cachoeira por tão ilustre representante de Cristo. Ao senhor, o nosso amor e a nossa admiração.
