Celebração na Igreja Matriz e na “igreja doméstica”, na Comunidade de São Pedro de Rates em Carmo da Cachoeira em Minas Gerais Templos não são os muros, mas as pessoas. Em época do isolamento social certas leis ficam suspensas por uma necessidade maior. Em 2021 é a preservação de vidas humanas. A casa transformou-se em A CASA DA IGREJA, como nos moldes antigos da Igreja primitiva. Tivemos oportunidade de observar, na procissão de Corpus Christi, as casas decoradas com motivos religiosos e seus respectivos altares. No trajeto de passagem de Nosso Senhor Jesus Cristo Sacramentado moradores expuseram os santos de sua devoção e aos quais apelam em momentos de dor e sofrimento. Hoje, 24 de junho, A CASA DA IGREJA de São João Batista manifestava todo o seu fulgor. Decretos Municipais nos restringe. Nada de encontros. O bem maior a ser preservado é a vida – a nossa e dos demais. O silêncio, no entanto, faz-se ouvir. A voz do silêncio toca o coração dos transeuntes. Neste ano, os aspectos t...
Talvez uma das coisas de que a professora Leonor Rizzi mais gostasse em Carmo da Cachoeira fossem as festividades cristãs . Via nelas não apenas a beleza dos ritos, mas, sobretudo, o protagonismo e a visibilidade que conferiam às pessoas da comunidade, tantas vezes deixadas à margem da memória histórica e cultural. Graças à homenagem póstuma oferecida pela Câmara Municipal a Dona Leonor, por iniciativa da vereadora Maria Beatriz Reis Mendes (Bia), revisitei a cidade. Confesso que a primeira parada no “ Estação Café com Arte ”, no Bairro da Estação , indicada pela própria vereadora, teve algo de peregrinação afetiva: eu caminhava pelos espaços tentando adivinhar o que, ali, chamaria mais a atenção de Leonor. Foi então que encontrei algo que, tenho certeza, a encantaria: a confecção artesanal do frontão do palco do Auto de Natal deste ano. Naquele trabalho paciente das mãos, na madeira, na tinta e nos detalhes, reconheci o mesmo espírito que atravessava os textos que ela escreveu, n...