Pular para o conteúdo principal

Fazenda das Abelhas - parte 2

Alguns livros de atas e outros documentos que datam de 1833 e anos posteriores relatam as eleições para Juízes de Paz na Fazenda Boa Vista, período em que ela ainda era Distrito.
A primeira eleição, datada em 9 de junho de 1833 foi feita na Matriz de Lavras do Funil, Comarca do Rio das Mortes, tendo sido eleitos o Capitão João Damasceno Gomes Branquinho, residente na Boa Vista, o Capitão Joaquim Fernandes Ribeiro de Rezende, da Fazenda das Abelhas e o Alferes Luiz Gonzaga Branquinho, da Fazenda da Serrinha. A segunda datada em 7 de Setembro de 1836, foi realizada na casa de residência do Juiz de Paz suplente, Martinho Dias de Gouveia (Fazenda do Rancho), sendo eleito o mesmo Martinho Dias de Gouveia, Joaquim Fernandes Ribeiro de Rezende e João Damasceno Gomes Branquinho. As eleições seguiram por mais dois anos, segundo o que consta no livro, mas o fato de mencionar este acontecimento é apresentar a importância e a influência que o Joaquim Fernandes, exercia sobre o distrito naquela época e que segundo os documentos, era titulado Capitão.

Jacinta faleceu na fazenda das Abelhas em Junho de 1840 e Inventariada em 1842 pelo viúvo, o Capitão Joaquim Fernandes. Deixou em seu testamento a Fazenda “das Abelhas” avaliada em 16:000$000; Terreiro da Fazenda, avaliado em 1:600$000; Morada de Casas no Arraial de Três Corações do Rio Verde avaliada em 100$000; e parte das casas no Arraial de São Tome das Letras avaliada em 10$000;
MONTE MOR: 39.381.989

Capitão Joaquim Fernandes faleceu cerca de 1842. O casal foi sepultado na Matriz de Três Corações.



Descendência de Joaquim Fernandes Ribeiro de Rezende e Jacinta Ponciana Branquinho:




José Celestino de Rezende


José Celestino nasceu na Fazenda das Abelhas em 02 de Fevereiro de 1802 e batizado e no dia 25 do mesmo mês e ano na Ermida das Cachoeiras. Em 1820 mudou para Boa Esperança onde casou com Carlota Joaquina Villela, filha de Antonio Joaquim Villela e Ana Felizarda Leite de Barros. Geração de dez filhos dentre eles Francisco de Paula Rezende (Avô de Wanderley Ferreira de Rezende) e Major José Vilela de Rezende



Geraldo Saturnino de Rezende


Geraldo casou com Maria Ângela Gonçalves e faleceu aos 16 de fevereiro de 1856 na Fazenda das Abelhas e pede para ser sepultado junto a seus pais na Matriz de Três Corações. Com testamento e sem descendentes, institui por herdeiros de sua terça as duas expostas e afilhadas Maria Francelina de Rezende e Ana Emídia de Rezende.



Cândido Teodoro de Rezende


Candido nasceu em 1806, era solteiro e demente.

Antonio Abdenago de Resende
Antônio nasceu em 18 de Fevereiro de 1808, e em 1831 requereu dispensa para se casar com Porcina Cândida de Figueiredo, filha de Antonio Alves de Figueiredo e Cândida Nicésia Branquinho. Residiu na fazenda Lagoinha, em Dores da Boa Esperança. Mais tarde encontramos descendentes do casal novamente em Carmo da Cachoeira, dentre eles Joaquim Pedro de Rezende (Tio Neném), seu irmão Antônio Augusto (Toniquinho).

Maria Francelina de Rezende
Maria casou com Rafael dos Reis e Silva, filho de Manoel dos Reis e Silva e Mariana Villela. Morou na Fazenda Campo Limpo em Três Corações.

Ana Emídia de Rezende
Ana Emídia casou com seu tio Alexandre Gomes Branquinho e residiu na Fazenda Taquaral

João Ribeiro de Rezende
João casou com Maria Jesuína Villela, filha de Antonio Joaquim Villela e Ana Felizarda Leite de Barros. João faleceu em 1862 com 22 anos.

Severino Ribeiro de Rezende
Severino nasceu em 08 de Agosto de 1820. Casou em 20 de Fevereiro de 1841 com Inácia Leopoldina da Costa.
Inácia faleceu na Fazenda das Abelhas aos 02 de junho de 1862. Enviuvando, Severino Ribeiro de Rezende casou em 2ª vez com sua sobrinha Jacinta Ponciana Branquinho, filha do seu irmão, o Capitão Antônio Abdenago de Rezende.

Segundo a tradição, Severino Ribeiro de Rezende, foi quem herdou a sede da fazenda.
Pessoa ilustre e grande devoto da Virgem do Carmo, Severino fez parte do Conselho Paroquial local no ano de 1867 e entre os anos de 1873 e 1875 foi diretor de obras na reforma e ampliação da primeira Igreja, paroquiato do Revmos. Padre Joaquim Antônio de Rezende e Cônego Augusto Leão Quartim. Fatos que mostram o empenho de Severino visando à prosperidade do Distrito.


Comentários

Anônimo disse…
Oi, Dudu. Sua participação só vem engrandecer Carmo da Cachoeira e a sociedade. Parabéns pelo trabalho.
Anônimo disse…
Projeto Partilhar ouviu o seguinte, esta manhã durante um telefonema: "Bonito trabalho este que está sendo feito pelo Luiz Eduardo Vilela de Rezende". Gostaria de dizer que a fala foi de alguém que qualquer um de nós lhe tiraria o chapéu. Não vou dizer quem foi pela ética, no entanto, Dudu sinta-se GRANDIOSO diante da homenagem. Ela veio de um grande e nobre homem.
Anônimo disse…
O Vandico deve estar radiante diante do trabalho de um dos descendentes de sua família. Parabéns, Dudu.
Anônimo disse…
Ei, Dudu. Vai em frente. Você tem valor e nos engrandece. Fruto de boa árvore, não nega a raça.

Mais lidas no site

Tabela Cronológica 10 - Carmo da Cachoeira

Tabela 10 - de 1800 até o Reino Unido - 1815 - Elevação do Brasil a Reino Unido de Portugal, Brasil e Algarves - 1815 ü 30/Jan – capitão Manuel de Jesus Pereira foi nomeado comandante da Cia. de Ordenanças da ermida de Campo Lindo; e ü instalada a vila de Jacuí . 1816 1816-1826 – Reinado de Dom João VI – após a Independência em 1822, D. João VI assumiu a qualidade e dignidade de imperador titular do Brasil de jure , abdicando simultaneamente dessa coroa para seu filho Dom Pedro I . ü Miguel Antônio Rates disse que pretendia se mudar para a paragem do Mandu . 1817 17/Dez – Antônio Dias de Gouveia deixou viúva Ana Teresa de Jesus . A família foi convocada por peritos para a divisão dos bens, feita e assinada na paragem da Ponte Falsa . 1818 ü Fazendeiros sul-mineiros requereram a licença para implementação da “ Estrada do Picu ”, atravessando a serra da Mantiqueira e encontrando-se com a que vinha da Província de São Paulo pelo vale do Paraíba em direção ao Rio de Janeiro, na alt...

A organização do quilombo.

O quilombo funcionava de maneira organizada, suas leis eram severas e os atos mais sérios eram julgados na Aldeia de Sant’Anna pelos religiosos. O trabalho era repartido com igualdade entre os membros do quilombo, e de acordo com as qualidades de que eram dotados, “... os habitantes eram divididos e subdivididos em classes... assim havia os excursionistas ou exploradores; os negociantes, exportadores e importadores; os caçadores e magarefes; os campeiro s ou criadores; os que cuidavam dos engenhos, o fabrico do açúcar, aguardente, azeite, farinha; e os agricultores ou trabalhadores de roça propriamente ditos...” T odos deviam obediência irrestrita a Ambrósio. O casamento era geral e obrigatório na idade apropriada. A religião era a católica e os quilombolas, “...Todas as manhãs, ao romper o dia, os quilombolas iam rezar, na igreja da frente, a de perto do portão, por que a outra, como sendo a matriz, era destinada ás grandes festas, e ninguém podia sair para o trabalho antes de cump...

A família do Pe. Manoel Francisco Maciel em Minas.

A jude-nos a contar a história de Carmo da Cachoeira. Aproveite o espaço " comentários " para relatar algo sobre esta foto, histórias, fatos e curiosidades. Assim como casos, fatos e dados históricos referentes a nossa cidade e região. Próxima imagem: Sete de Setembro em Carmo da Cachoeira em 1977. Imagem anterior: Uma antiga família de Carmo da Cachoeira.

Mais lidas nos últimos 30 dias

Natal, memória e partilha em Carmo da Cachoeira

Talvez uma das coisas de que a professora Leonor Rizzi mais gostasse em Carmo da Cachoeira fossem as festividades cristãs . Via nelas não apenas a beleza dos ritos, mas, sobretudo, o protagonismo e a visibilidade que conferiam às pessoas da comunidade, tantas vezes deixadas à margem da memória histórica e cultural. Graças à homenagem póstuma oferecida pela Câmara Municipal a Dona Leonor, por iniciativa da vereadora Maria Beatriz Reis Mendes (Bia), revisitei a cidade. Confesso que a primeira parada no “ Estação Café com Arte ”, no Bairro da Estação , indicada pela própria vereadora, teve algo de peregrinação afetiva: eu caminhava pelos espaços tentando adivinhar o que, ali, chamaria mais a atenção de Leonor. Foi então que encontrei algo que, tenho certeza, a encantaria: a confecção artesanal do frontão do palco do Auto de Natal deste ano. Naquele trabalho paciente das mãos, na madeira, na tinta e nos detalhes, reconheci o mesmo espírito que atravessava os textos que ela escreveu, n...

Carmo da Cachoeira: o centro cultural Café Estação com Arte

O Bairro da Estação que a Profª Leonor sonhou Hoje, quem chega ao bairro da Estação, em Carmo da Cachoeira , encontra um espaço acolhedor: as antigas ruínas da ferrovia se transformaram em um pequeno centro de cultura e turismo em torno do “ Estação Café com Arte ” . Onde antes havia paredes caindo e abandono, há agora um lugar vivo, que recebe visitantes, conversa com a memória e faz a paisagem respirar de outro modo. Este texto nasce justamente desse contraste: da lembrança de uma Estação em ruínas à experiência recente de rever o local totalmente recuperado, por ocasião da homenagem prestada à professora Leonor Rizzi pela Câmara Municipal , por iniciativa da vereadora cachoeirense Maria Beatriz Reis Mendes (Bia) . A impressão é imediata: poucas coisas a alegrariam tanto quanto ver esse lugar, que a marcou pela ruína, renascer como polo de cultura. Foto original recuperada por IA de Evando Pazzini Para compreender o significado disso, recorremos aos próprios textos de Leonor sobr...

Carmo da Cachoeira – de 1815 até 1821

Publicada em 15 de fevereiro de 2008 pela professora Leonor Rizzi , esta tabela acompanha um período curto em anos, mas denso em mudanças: é o momento em que o Brasil deixa de ser apenas colônia para integrar o Reino Unido de Portugal, Brasil e Algarves (1815), vê a circulação do café avançar sobre Minas, assiste à transformação de capitanias em províncias e presencia o retorno da Corte a Lisboa. Enquanto os livros de história contam esse processo em linhas gerais, aqui o movimento é visto através de lupa: nomes de fazendas, vilas recém-instaladas, estradas requisitadas, inventários, listas de moradores e decisões administrativas que moldam o sul de Minas. Talvez por isso esta tenha se tornado, ao longo dos anos, a tabela mais procurada no site, foram 66.800 acessos: nela se cruzam a visão macro da política imperial e os detalhes concretos de lugares como Campo Lindo , Ponte Falsa , Serra do Carmo da Cachoeira , Varginha ainda chamada Espírito Santo das Catanduvas . O que em manuais ...

Carmo da Cachoeira de 1800 até 1814

Carmo da Cachoeire: Leonor Rizzi e o poder do conhecimento histórico local Publicado neste site em 5 de fevereiro de 2009, o quadro intitulado “ Tabela Cronológica 9 – de 1800 até o Reino Unido ” , elaborado pela professora Leonor Rizzi , é mais do que uma sequência de datas: é um exercício de reconstrução paciente da história local a partir de vestígios dispersos. Em vez de olhar apenas para o “grande cenário” do Império português e das transformações políticas do início do século XIX, a autora acompanha, em detalhe, o que se passava na região que hoje reconhecemos como Carmo da Cachoeira : fazendas que se consolidam, capelas que se erguem, famílias que se fixam, instituições que se organizam. Esse tipo de pesquisa minuciosa, ancorada em registros paroquiais, inventários, sesmarias e documentação administrativa, devolve à comunidade algo que costuma ser monopolizado pelos manuais escolares: o direito de se reconhecer como sujeito da própria história. Ao relacionar acontecimentos lo...

Leonor Rizzi e os Selos do Sesquicentenário de Carmo da Cachoeira

  O Resgate da Memória em Milímetros: o Legado da Profª Leonor Rizzi O Selo como Documento de Resistência Histórica Os estudos de história costumam dar atenção aos grandes monumentos, às decisões políticas e às grandes crises econômicas. Porém, muitas vezes a identidade de um povo se apoia em coisas pequenas: objetos do dia a dia e iniciativas que, à primeira vista, parecem simples, mas guardam muito significado. Em 15 de janeiro de 2008, Carmo da Cachoeira , no sul de Minas Gerais, viveu um desses momentos discretos e importantes. Naquela data, a professora Leonor Rizzi , referência na preservação da memória do município e na proteção animal, pediu à Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos (ECT) a criação de uma série de selos personalizados. Esse gesto não foi apenas uma formalidade ou uma comemoração comum. Ao encomendar quatro modelos diferentes de selos para marcar o sesquicentenário da Instituição Canônica da Paróquia Nossa Senhora do Carmo, a professora Leonor encontrou ...

Mais Lidas nos Últimos Dias

Natal, memória e partilha em Carmo da Cachoeira

Talvez uma das coisas de que a professora Leonor Rizzi mais gostasse em Carmo da Cachoeira fossem as festividades cristãs . Via nelas não apenas a beleza dos ritos, mas, sobretudo, o protagonismo e a visibilidade que conferiam às pessoas da comunidade, tantas vezes deixadas à margem da memória histórica e cultural. Graças à homenagem póstuma oferecida pela Câmara Municipal a Dona Leonor, por iniciativa da vereadora Maria Beatriz Reis Mendes (Bia), revisitei a cidade. Confesso que a primeira parada no “ Estação Café com Arte ”, no Bairro da Estação , indicada pela própria vereadora, teve algo de peregrinação afetiva: eu caminhava pelos espaços tentando adivinhar o que, ali, chamaria mais a atenção de Leonor. Foi então que encontrei algo que, tenho certeza, a encantaria: a confecção artesanal do frontão do palco do Auto de Natal deste ano. Naquele trabalho paciente das mãos, na madeira, na tinta e nos detalhes, reconheci o mesmo espírito que atravessava os textos que ela escreveu, n...

Carmo da Cachoeira: o centro cultural Café Estação com Arte

O Bairro da Estação que a Profª Leonor sonhou Hoje, quem chega ao bairro da Estação, em Carmo da Cachoeira , encontra um espaço acolhedor: as antigas ruínas da ferrovia se transformaram em um pequeno centro de cultura e turismo em torno do “ Estação Café com Arte ” . Onde antes havia paredes caindo e abandono, há agora um lugar vivo, que recebe visitantes, conversa com a memória e faz a paisagem respirar de outro modo. Este texto nasce justamente desse contraste: da lembrança de uma Estação em ruínas à experiência recente de rever o local totalmente recuperado, por ocasião da homenagem prestada à professora Leonor Rizzi pela Câmara Municipal , por iniciativa da vereadora cachoeirense Maria Beatriz Reis Mendes (Bia) . A impressão é imediata: poucas coisas a alegrariam tanto quanto ver esse lugar, que a marcou pela ruína, renascer como polo de cultura. Foto original recuperada por IA de Evando Pazzini Para compreender o significado disso, recorremos aos próprios textos de Leonor sobr...

Carmo da Cachoeira – de 1815 até 1821

Publicada em 15 de fevereiro de 2008 pela professora Leonor Rizzi , esta tabela acompanha um período curto em anos, mas denso em mudanças: é o momento em que o Brasil deixa de ser apenas colônia para integrar o Reino Unido de Portugal, Brasil e Algarves (1815), vê a circulação do café avançar sobre Minas, assiste à transformação de capitanias em províncias e presencia o retorno da Corte a Lisboa. Enquanto os livros de história contam esse processo em linhas gerais, aqui o movimento é visto através de lupa: nomes de fazendas, vilas recém-instaladas, estradas requisitadas, inventários, listas de moradores e decisões administrativas que moldam o sul de Minas. Talvez por isso esta tenha se tornado, ao longo dos anos, a tabela mais procurada no site, foram 66.800 acessos: nela se cruzam a visão macro da política imperial e os detalhes concretos de lugares como Campo Lindo , Ponte Falsa , Serra do Carmo da Cachoeira , Varginha ainda chamada Espírito Santo das Catanduvas . O que em manuais ...