O quilombo funcionava de maneira organizada, suas leis eram severas e os atos mais sérios eram julgados na Aldeia de Sant’Anna pelos religiosos. O trabalho era repartido com igualdade entre os membros do quilombo, e de acordo com as qualidades de que eram dotados, “... os habitantes eram divididos e subdivididos em classes... assim havia os excursionistas ou exploradores; os negociantes, exportadores e importadores; os caçadores e magarefes; os campeiro s ou criadores; os que cuidavam dos engenhos, o fabrico do açúcar, aguardente, azeite, farinha; e os agricultores ou trabalhadores de roça propriamente ditos...” T odos deviam obediência irrestrita a Ambrósio. O casamento era geral e obrigatório na idade apropriada. A religião era a católica e os quilombolas, “...Todas as manhãs, ao romper o dia, os quilombolas iam rezar, na igreja da frente, a de perto do portão, por que a outra, como sendo a matriz, era destinada ás grandes festas, e ninguém podia sair para o trabalho antes de cump...
Comentários
Esta é a Carmo da Cachoeira de todos nós.
Ouvi, recentemente um comentário vindo de Selma Mendonça Dias, casada com Manoel Ferreira Dias - O Neca, um depoimento. Dizia ela: "no quintal da Casa Paroquial, Pe. Manoel organizava com as meninas, periodicamente, uma festa de batizados das bonecas. As meninas compareciam levando suas bonecas. Ele entrava com as quitandas. Era uma festa, e muito sadia".
Voltando ao referido quarteirão, vamos ver sua formação: a Galeria Paroquial, composta de salas utilizadas para reuniões com finalidade social e religiosa; laboratório de análises clínicas, contíguo ao Hospital; o Hospital Nossa Senhora do Carmo, e uma casa, na esquina com a rua dona Corina, onde as refeições não são cobradas. A casa é ligada à LUZ DA COLINA. Um quarteirão,abençoado irradiando pura luz.
Érica Andrade se encarrega de falar sobre ela. Maria Esther, registra os comentários feitos, colocando-os nas dobras da capa, e contra capa de sua obra. O Projeto Partilha, numa demonstração de profunda gratidão, repassa, para conhecimento dos internautas, os dados que identificam a autora. Aos fiéis leitores da página carmodacachoeira.blogspot, mais este presente.
Leonor, uma das integrantes do Projeto, esteve e Carrancas. Durante o trabalho visitou, adquiriu a obra e conversou com Maria Esther.
Vamos deixar a palavra com Érica. Conhecendo-a, registrará com fidelidade sua trajetória e feitos.
"Maria Esther Teixeira é carranquense. Estudou em São João Del Rei, lecionou em Carrancas por oito anos e depois de casada mudou-se para Brasília, onde teve três filhos. No Distrito Federal, cursou licenciatura plena em Letras na Universidade de Brasília - UnB. Fez mestrado em Literatura Brasileira também na UnB, tendo apresentado a dissertação: Prosa de Ficção Brasileira no Período Colonial - Romance alegórico, bizantino, barroco e grego. Como professora na FEDF, lecionou em diversos colégios - EIT, ENG, ENB, CESO - e trabalhou ainda no Complexo Escolar C - Taguatinga e na Gerência Regional de Ensino, Plano Piloto-Cruzeiro. Ficou por mais de 32 anos em Brasília, "Cidade Maravilhosa" que ama como se fosse sua. Após a aposentadoria, retornou às origens. Voltou para Carrancas, onde agora ocupa seu tempo em pesquisas genealógicas e históricas.
Seu livro é um manual de curiosidades e preservação da memória local, da ancestralidade e da descendência de sua gente.
Carrancas é berço de laboriosas e honradas famílias mineiras. Esse livro pretende elucidar parentescos e afinidades, laços e entrelaços familiares.
Ao ler seu nome registrado numa genealogia, que o povo se sinta mais orgulhoso, solidário e fraterno e, sobretudo, partícipe de sua época, coevo com seus contemporâneos, dono de sua história. Assim, preservando sua memória, possa aprender sua lição, entender seus erros e melhor preparar seu futuro.
Esse livro é fruto da alegria com que o preparou".
Érica Andrade.
"Em memória de Belchior Teodoro Teixeira e Haroldo Teixeira de Andrade, homens extraordinários e inigualáveis.
Ao meu marido Averaldo, com ternura.
Aos meus filhos Érica, Emerson, Evaldo e Mônica.
Aos meus netos Igor, Enzo e Luísa.
Aos meus amigos de Carrancas, Brasília e arredores do Sul de Minas pela revivência de nossos ancestrais.
Aos familiares a fim de que preserve a memória deles".
"(...) procurando suprir essa lacuna, quis levar a cabo a pesquisa. A ousadia era grande, mas o desejo de ver popularizados esses dados e esse parentesco levou-me a colocar a mão na massa";
"Material escasso, informações precárias, listagens esparsas, aqui e ali, em obras de genealogistas famosos mas de pouco, ou nenhum acesso à população. Não me deixei intimidar. Fui a campo com coragem e entusiasmo";
"Comecei buscando em José Augusto da Costa e Silva, o Primo, que deixou anotações em pastas, na Biblioteca da Escola em Carrancas, e que me foram da maior valia";
"Sentada o dia todo diante desses dados, anotava tudo, comparava datas, calculava dados, armava esquemas, fazia sinopses. Por vezes ficava longas horas tentando achar ligações. E era uma alegria cada descoberta. Noites de insônia. O pensamento não desviava.
Foi então que comecei a morrer de amores por meus antepassados. Era como se os tivesse conhecido. Li seus inventários, testamentos, certidões. Uma enorme emoção";
"Dando início ao trabalho tratei com especialidade do casal Francisco Teodoro Teixeira e Maria Emerenciana de Andrade, casados em 14-9-1818 conforme assentamento transcrito no princípio desta parte. Este casal é tronco da maioria das famílias carranquenses: os Teixeiras que se entrecruzaram com os Carvalhos, Guimarães, Rezendes, Andrades, Garcias, Teodoros, etc. Dos sete filhos trataremos apenas de Francisco Teodoro de Santana. Destes traçaremos a ancestralidade e a descendência (algumas incompletas). Subindo na escala genealógica vão dar em Bento Ribeiro Salgado e, pela parte materna, com Maria Emerenciana Andrade, dando em Antônio Vieira Dourado, através de Manuel Joaquim de Andrade e Laureana Sousa Monteiro, moradores na fazenda próxima à Capela do Espírito Santo, onde também estão enterrados no adro da igreja";
"Dando continuidade ao trabalho trataremos de João Gualberto de Carvalho e suas duas mulheres. E em outra parte no tronco três trataremos de Josefa Claudina de Rezende. Na unidade quatro, Manuel Alves Taveira com seus oito filhos, dando ênfase a Helena Alves Taveira (batizada em 2-3-1738), minha tetravó, a Quitéria Alves e ao Cap. Luiz Alves, tratados mais superficialmente.
Finalmente, no quinto tronco, Pedro Custódio é tratado também sem profundidade, com apenas alguns de seus descendentes";
"Espero que os jovens, lendo estas páginas, se dispam de preconceitos, se interesssem por valorizar seu passado, sua família, sua terra. Descobrindo seu passado possam preservar sua memória, aprender sua lição, evitar seus erros, melhorar seu relacionamento social no presente, preparando melhor seu futuro.
Que a juventude busque novos conhecimentos, procurando, sobretudo, registrá-los. É assim que se faz a História da Pátria. Este foi o maior objetivo deste trabalho. Este livro é também fruto da alegria com que o preparei.
Deus abençoe a todos.
Esther".
Observação. ANTÔNIO VIEIRA DOURADO. Ver Antônio Vieira de Moraes. Português. Foi casado com a paulista, Francisca de Moraes (Morais) ou, também, Francisca de Macedo. Antônio, natural de Oliveira, Portugal. Cf. Cid Guimarães, In ABRASP, 1999:234-236. Maria Esther diz: "Em Oliveira, Portugal, com Antônio Vieira Dourado, casado com a paulista Francisca Macedo, casal que deu origem a muitas famílias, principalmente a dos ANDRADES".
Filhos do português Antônio Vieira Dourado e de dona Francisca: Helena, Antônio, Teresa, Maria e José. Aqui vamos encontrar a ancestrais de JOSÉ JOAQUIM GOMES BRANQUINHO, da Fazenda da Boa Vista, sede do Distrito de Lavras do Funil, o Distrito do Carmo da Boa Vista.