Ruas cachoeirenses iluminadas no decorrer da noite A espessa escuridão das trevas que cegavam os olhos dos homens (1 João 2:11) ficaram no passado. Nós, viventes do século 21, já nos vimos livres das trevas e da sombra da noite, já foram quebrados os grilhões (Salmos 107:14) . O escuro da noite que era uma amostra da morte, fez-me morar nas trevas como os mortos do tempo antigo (Lamentações 3:6) , ficou no passado. A noite deixou de ser escura e misteriosa em Carmo da Cachoeira, passando ela a ser um momento de descanso seguro para um novo dia. Não mais nos lembramos do poder das sombras e dos perigos e medos que passamos, desde as matas africanas no início da epopeia humana sobre a Terra há 2,5 milhões de anos, chegando aos primitivos moradores dessas terras cachoeirenses: povos primitivos, colonizadores e imigrantes forçados. A Bíblia não deixou de registrar em dezenas de trechos essa apreensão humana quanto as tão temidas trevas e a escuridão da noite: Era ao anoitecer, na ho...
Talvez uma das coisas de que a professora Leonor Rizzi mais gostasse em Carmo da Cachoeira fossem as festividades cristãs . Via nelas não apenas a beleza dos ritos, mas, sobretudo, o protagonismo e a visibilidade que conferiam às pessoas da comunidade, tantas vezes deixadas à margem da memória histórica e cultural. Graças à homenagem póstuma oferecida pela Câmara Municipal a Dona Leonor, por iniciativa da vereadora Maria Beatriz Reis Mendes (Bia), revisitei a cidade. Confesso que a primeira parada no “ Estação Café com Arte ”, no Bairro da Estação , indicada pela própria vereadora, teve algo de peregrinação afetiva: eu caminhava pelos espaços tentando adivinhar o que, ali, chamaria mais a atenção de Leonor. Foi então que encontrei algo que, tenho certeza, a encantaria: a confecção artesanal do frontão do palco do Auto de Natal deste ano. Naquele trabalho paciente das mãos, na madeira, na tinta e nos detalhes, reconheci o mesmo espírito que atravessava os textos que ela escreveu, n...