Há 286 anos missionários dos índios, estabelecidos às margens do Rio Tietê conheceram o senhor José de Almeida Naves, fervoroso possuidor da Fazenda denominada pelos índios de "Pirapóra". Segundo Arceto Metrop, em uma publicação cuja reimpressão teve autorização eclesiastica em 2 de fevereiro de 1930 dada pelo Arcebispo Metropolitano de São Paulo Dom Duarte, para os Cônegos Premonstratenses, que publicaram assim umcompêncio de orações . A provisão obtida para a celebração dos Santos Mistérios na capela da Fazenda Pirapora está descrita nesta obra. O "documento authentico é conservado no livro de Tombo da Paróquia de Parnayba e foi concebido pela "Autoridade Eclesiastica do Rio de Janeiro". Eis o documento tal qual se apresenta às folhas 10 e 11 do referido compêndio: "Diz José de Almeida Naves, morador na Villa em distancia de duas Legoas e meya pouco mais ou menos em o bayro chamado Pirapora, no qual faz a mayor parte do tempo assistencia, e quer ne...
Talvez uma das coisas de que a professora Leonor Rizzi mais gostasse em Carmo da Cachoeira fossem as festividades cristãs . Via nelas não apenas a beleza dos ritos, mas, sobretudo, o protagonismo e a visibilidade que conferiam às pessoas da comunidade, tantas vezes deixadas à margem da memória histórica e cultural. Graças à homenagem póstuma oferecida pela Câmara Municipal a Dona Leonor, por iniciativa da vereadora Maria Beatriz Reis Mendes (Bia), revisitei a cidade. Confesso que a primeira parada no “ Estação Café com Arte ”, no Bairro da Estação , indicada pela própria vereadora, teve algo de peregrinação afetiva: eu caminhava pelos espaços tentando adivinhar o que, ali, chamaria mais a atenção de Leonor. Foi então que encontrei algo que, tenho certeza, a encantaria: a confecção artesanal do frontão do palco do Auto de Natal deste ano. Naquele trabalho paciente das mãos, na madeira, na tinta e nos detalhes, reconheci o mesmo espírito que atravessava os textos que ela escreveu, n...