O quilombo funcionava de maneira organizada, suas leis eram severas e os atos mais sérios eram julgados na Aldeia de Sant’Anna pelos religiosos. O trabalho era repartido com igualdade entre os membros do quilombo, e de acordo com as qualidades de que eram dotados, “... os habitantes eram divididos e subdivididos em classes... assim havia os excursionistas ou exploradores; os negociantes, exportadores e importadores; os caçadores e magarefes; os campeiro s ou criadores; os que cuidavam dos engenhos, o fabrico do açúcar, aguardente, azeite, farinha; e os agricultores ou trabalhadores de roça propriamente ditos...” T odos deviam obediência irrestrita a Ambrósio. O casamento era geral e obrigatório na idade apropriada. A religião era a católica e os quilombolas, “...Todas as manhãs, ao romper o dia, os quilombolas iam rezar, na igreja da frente, a de perto do portão, por que a outra, como sendo a matriz, era destinada ás grandes festas, e ninguém podia sair para o trabalho antes de cump...
Comentários
José Mendes, nascido em Douradinho em 27-03-1861, filho de Francisco Sales Mendes foi motivo de trabalho acadêmico. Douradinho, outrora Montuca (Mutuca), e hoje Elói Mendes (Eloy), situa-se na "Província de Minas Gerais", segundo o texto. Esse território faz divisa com o Município de Monsenhor Paulo, Minas Gerais. Douradinho, Espírito Santo da Mutuca, Mutuca, (Montuca, conforme aparece no texto) ou Eloy Mendes, além de ter servido de berço para José Mendes, o foi também para o Barão de Varginha - Joaquim Eloy Mendes, filho de João José Mendes e Bárbara Maria Rangel. A Baronesa chamava-se Marianna Bárbara da Conceição.
Écio Antônio Portes, Doutor em Educação, Professor do Departamento das Ciências da Educação da FUNREI - Fundação de Ensino Superior de São João del-Rei, publica texto em: Écio Antônio Portes - Windows Internet Explorer. O trabalho faz parte do cap. I de sua tese de doutoramento: Trajetórias escolares e vida acadêmica do estudante pobre na UFMG. Tese orientada pela Prof. Dra. Maria Alice Nogueira, Magda Soares e Carlos R. Jamil Cury. A Prof. Maria do Carmo Peixoto assessorou os estudos em caráter individual realizado pelo doutorando. José Mendes foi um dos estudantes citados que, a semelhança do sociólogo Florestan Fernandes, "o engraxate que virou sociólogo", chegou a Universidade. José Mendes tornou-se advogado e, seduzido pelas promessas da modernidade e comprometido com suas origens alça voo, conhece a cultura dominante e dela se apropria e a transforma.
"A mais significativa: Em 8-8-1794, na Ermida de Nossa Senhora das Dores do Paraízo. Foi batizado Inácio, filho de Miguel Antonio Rattes e Antonia Mendes de Andrade. Viu! Uma vez que esses Rattes não batizaram seus filhos em São Bento, é porque fatalmente em sua fazenda já existia Ermida, que ora chamava Bom Sucesso, ora Nossa Senhora das Dores, tudo do ... Paraizo, nome também, é o tronco dos Reis de Carmo da Cachoeira. Quero crer, assim, que o primeiro nome de Carmo da Cachoeira seria Bom-Sucesso do Paraizo, ou Nossa Senhora das Dores do Paraízo, depois Carmo da Boa Vista. Mas os restantes dos livros pedidos, é que dirão a verdade.
Sem mais, aguardando as suas boas notícias aqui o amigo e creado e admirador. Ary Florenzano para Pe. Manoel. Lavras, 15 de abril de 1957."
"Aos 10 de fevereiro de 1796, na Ermida de Nossa Senhora das Dores do Paraízo, batiza-se Mateus, filho de Manuel dos Reis Naves e Maria da Conceição."
Texto: História de Arcos.
Veja também Maria Leônia Chaves de Resende. Professora Adjunto de História da Universidade Federal de São João del-Rei: leonia@ufsj.edu.br
A referida Prof. tem artigo publicado pela Scielo. Tempo Vol.12, No23. Niterói 2007. Título - Os índios na História: abordagens interdisciplinares. Minas Gerais indígena: a resistência dos índios nos sertões e nas vilas de El-Rei. Ao concluir o trabalho diz: "Na perspectiva da história indígena, um novo cenário é revelado a partir da presença e atuação dos nativos em todo o território, seja nas matas mais recônditas, seja nos centros urbanizados (...) a luta não se arrefeceu. Desta vez, os índios recorreram à justiça colonial (...)". Lembra a autora a primitiva denominação do que conhecemos hoje como Estado de Minas Gerais, território batizado desde asa primeiras horas de "Minas dos Cataguases" e que o seu ocaso tenha sido a deflagração da guerra contra os Botocudos".